Um leão esfomeado andou à solta em Barcelos e devorou por completo um galo bem tenrinho. Sob a batuta de Francisco Trincão, o Sporting começou bem cedo a passear classe em Barcelos e a aproveitar as debilidades de um Gil Vicente em transição.

Rúben Amorim trocou quatro, dois na defesa e outros tantos no meio-campo, poupando jogadores para terça-feira – leão acerta calendário com o Famalicão –, mas as alterações não se fizeram sentir no rendimento da equipa.

A formação leonina chegou, esta noite, aos 83 golo na Liga, o que já não acontecia desde 1973/74. Francisco Trincão bisou, Diomande fez o gosto à cabeça e Andrew fechou as contas ao fazer autogolo. Isto tudo perante 11.121 adeptos, na sua maioria do Sporting.

Quem não deve ter gostado nada do que viu foi Tozé Marreco, que viu a partida na bancada do Estádio Cidade de Barcelos, e que terá de batalhar muito para reerguer a equipa. Os galos somaram o sétimo jogo sem vencer, tendo perdido os últimos quatro, e pode terminar a jornada no lugar de playoff de descida.

Leão sob o signo do 4

Rúben Amorim faz quatro alterações em relação à equipa que venceu o dérbi com o Benfica. Na defesa, St. Juste e Coates ficam no banco e são rendidos por Eduardo Quaresma e Diomande. Já no miolo do terreno Daniel Bragança rende o castigado Hjulmand e Ricardo Esgaio entra para o lugar de Matheus Reis. Também Carlos Cunha mudou quatro homens no onze que perdeu em Vila do Conde. Alex Pinto e Leonardo Buta cederam o lugar a Zé Carlos e Kiko Vilas Boas nas laterais; Mory Gbane reforça o miolo no lugar de Fujimoto e Maxime Dominguez rende o castigado Tidjany Touré.

O leão começou bem cedo a preparar o repasto para o jantar e Trincão foi o primeiro a começar a depenar o galo. O relógio ainda não tinha chegado aos dez minutos e já Morita, depois de aproveitar uma perda de bola gilista, rematou ao poste. Ato contínuo, nova bola perdida, e Francisco Trincão a aparecer isolado a faturar. Três minutos depois, após canto apontado à direita, Pote cruzou para Diomande saltar mais alto que todos e cabecear para o 0-2.

A equipa de Rúben Amorim fazia parecer tudo fácil e o Gil Vicente não conseguia, sequer, chegar à baliza de Franco Israel, que foi um mero espetador todo o encontro. À meia hora de jogo a história repetiu-se: perda de bola do galo e Daniel Bragança a oferecer o bis a Trincão. Ainda antes do descanso, os leões iam chegar ao quarto golo. Pedro Gonçalves tirou cruzamento da esquerda, Gyokeres cabeceia à trave e o esférico, depois de bater nas costas de Andrew, terminou caprichosamente no fundo das redes. Em 45 minutos estava arrumada a questão do vencedor.

Leão descansou e o galo respirou

Carlos Cunha não deve ter gostado nem um pouco do comportamento da equipa, e de alguns jogadores, e fez três alterações para a segunda parte. Murilo, Pedro Tiba e Martim Neto ficaram no balneário e entraram Félix Correia, Alipour e Fujimoto para a segunda metade. Os galos melhoraram, mas também beneficiaram do abrandamento do Sporting.

Por isso, os motivos de interesse da segunda metade baixaram drasticamente. A romper o marasmo a que foi votado o jogo, apareceu Depú a cabecear para boa defesa de Israel e Gyokeres, que muito tentou chegar ao golo, a rematar à malha lateral. Pelo meio, um pequeno foco de incêndio numa zona por trás da bancada nascente obrigou à retirada dos adeptos do local durante cerca de 15 minutos.

Até ao final, a toada do jogo manteve-se e o leão aproveitou para descansar para o encontro de terça-feira, onde já vai chegar com, pelo menos, quatro pontos de avanço para o Benfica, que joga domingo com o Moreirense.