O Partido Comunista Português comemorou este domingo o seu 87º aniversário no Seixal, defendendo uma nova política de acção para «tirar o país do período mais negro da sua história mais recente», refere a Lusa.

O agravamento do desemprego e dos principais indicadores económicos do país, o fomento do trabalho precário, o fraco crescimento económico ou o domínio do capital estrangeiro foram a descrição feita pelo secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, sobre a actuação do Governo PS em três anos no poder.

«É esta a realidade do país e a situação pode conhecer preocupantes desenvolvimentos pela tomadas de posições inaceitáveis de retrocesso social, interpretado como uma declaração de guerra dos trabalhadores», acusou Jerónimo de Sousa na sua intervenção.

A luta pelos direitos dos trabalhadores é o ponto de partido das intervenções do líder do PCP, que manifestou o seu «apoio incondicional» às medidas tomadas pelos professores do país contra a reforma do ensino.

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«Lembramos aqui o acontecimento histórico ocorrido ontem em Lisboa que foi a maior manifestação de sempre de professores antes e depois do 25 de Abril, uma luta nunca vista em Portugal e que saudamos», salientou o secretário-geral do partido.

De acordo com o responsável máximo do partido, esta manifestação de opiniões contrárias ao Governo PS retirará votos aos socialistas nas próximas eleições.

«Temos milhares de eleitores do PS que estão na luta pelos seus direitos e eles sabem que a maioria dos trabalhadores votou no PS e está agora contra as medidas implementadas», referiu o líder comunista.

Jerónimo de Sousa caracterizou ainda as decisões governamentais como «a mais violenta ofensiva dos últimos anos contra o povo», salientando a necessidade de um «campo de construção de verdadeira alternativa política».

«A solução não está ao virar da esquina mas esta luta de resistência é o principal alicerça para abrir oportunidades a forças sociais e políticas portadoras de ideias de esquerda», apelou o líder comunista.

Na opinião do líder do PCP, a solução passaria pela promoção de uma ruptura com a política levada a cabo pelo Governo PS. «Esta ruptura é a nossa principal linha de fronteira», referiu o político.

O almoço comemorativo foi acompanhado por centenas de militantes do distrito de Setúbal e dos órgãos autárquicos locais que se reuniram para as comemorações do 87º aniversário do partido.