Emoção estava reservada para o último quarto de hora. Insigne atirou ao poste e dez minutos depois Brady, assistido por Hoolahan, carimbou a passagem dos irlandeses à fase seguinte do Euro2016 (0-1). Esta vitória, aliada ao triunfo da Bélgica sobre a Suécia, permitiu ao conjunto de O’Neill apurar-se como um dos quatro melhores classificados.

Vitória histórica da República da Irlanda sobre a Itália colocou a seleção comandada por Martin O’Neill pela primeira vez na sua história na fase a eliminar da principal competição de seleções da Europa. Brady assumiu o papel de herói nacional e selou o triunfo dos irlandeses aos 86 minutos no último suspiro do jogo. Do ‘pote’ dos melhores terceiros salta a Turquia por troca com esta República de irlanda, que se agarrou a um coração gigante para derrotar a ‘squadra azzurra’.

FICHA DE JOGO

A República da Irlanda entrou para esta última jornada do grupo E ainda com possibilidades de se apurar para os oitavos-de-final do Euro2016. Para seguir em frente, os irlandeses tinham de levar de vencida a Itália, apurada e em regime de poupança, e ficar à espera do encontro entre belgas e suecos.

O conjunto de Martin O’Neill entrou no jogo com vontade de marcar para sonhar com a passagem à próxima fase deste campeonato da Europa frente a uma Itália com oito alterações no onze inicial em relação ao último jogo.

Pouco futebol nos primeiros 45 minutos

Contudo, a Irlanda sentiu grandes dificuldades em ultrapassar a muralha transalpina foi através da meia distância que a seleção irlandesa tentou chegar à vantagem. Jeff Hendrix, um dos melhores em campo, assustou Sirigu com um remate de fora de área.

Apesar de a Irlanda ter mais posse de bola e maior iniciativa de jogo, não conseguia colocar em sentido a bem organizada defesa da seleção de Conte. A Itália limitava-se a esperar pelo adversário, com as linhas baixas, para que, quando tivesse oportunidade, sair em contra-ataque, explorando a velocidade de Ciro Immobile e Simone Zaza.

A Irlanda começou a explorar as bolas paradas, usou e abusou neste capítulo ao longo de todo o encontro, e foi de um canto cobrado por Hendrix que surgiu a melhor oportunidade da primeira parte. Murphy, que apareceu a titular no lugar Hoolahan, cabeceou para uma grande defesa de Salvatore Sirigu, esta quarta-feira dono da baliza ‘azurra’.

Nos primeiros 45 minutos a seleção transalpina apenas as espaços chegou perto da baliza de Randolph. Aliás, o primeiro remate digno de registo efetuado à baliza da República da irlanda, da autoria de Imomobile, foi feito a dois minutos do fim da primeira parte.

Após a tentativa do avançado emprestado pelo Dortmund ao Sevilha, os irlandeses reclamaram grande penalidade por suposta carga de Bernardeschi sobre McClean, mas o árbitro nada assinalou.

O intervalo fez bem aos italianos que regressaram com outra postura para a segunda parte e o jogo melhorou. Logo à passagem dos 53 minutos, Zaza rematou de primeira após um cruzamento da esquerda com a bola a passar perto da baliza dos comandados de O’Neill.

A equipa da República da Irlanda encolheu-se e apenas através de bolas longas e remates de longa distância criou algum perigo perto da baliza do guarda-redes Sirigu. Os irlandeses viam o tempo a correr e o sonho de seguir em frente esfumar-se enquanto os italianos tentavam marcar para conseguir o pleno de vitórias na fase de grupos, algo que nenhuma seleção tinha conseguido.

Emoção reservada para o último quarto de hora

À entrada para o último quarto de hora do encontro, Conte decidiu colocar em campo Lorenzo Insigne por troca com Immobile. Três minutos após entrar no relvado, o avançado do Nápoles quase deitou por terra as esperanças irlandesas: rematou colocado ao canto inferior esquerdo e viu o poste devolver o pontapé. Salva pelo poste inferior esquerdo e bafejada pela sorte, a Irlanda, com muita alma e coração galvanizou-se, sobretudo após as entradas de Hoolahan e McGeady, e tentou o ‘tudo por tudo’, para, pelo menos, vencer a vice-campeã da Europa.

E foi curiosamente, o recém-entrado Hoolahan que teve nos pés a oportunidade de se tornar herói nacional e dar a vitória à República da Irlanda. Isolado na cara de Sirigu, o médio do Norwich atirou à figura do guarda-redes do PSG. O tempo escasseava e foi já com o ‘velhinho’ Robbie Keane em campo que a seleção de O’Neill marcou o golo que carimbou a passagem à próxima fase, visto que segundos antes Nainggolan tinha deitado por terra as esperanças de Ibra e companhia.

Passe soberbo de Hoolahan, passou de besta a bestial, para Brady que aproveitou a saída em falso do guarda-redes italiano para marcar e colocar os irlandeses, pela primeira vez na sua história, na fase a eliminar de um Campeonato da Europa.

Ao terceiro jogo a República da Irlanda estreou-se a vencer nesta edição do Euro2016 e logo frente à Itália que, curiosamente, averbou a primeira derrota no único jogo em que concedeu golos. Segue-se agora a anfitriã França no próximo domingo, em Lyon. Por sua vez, os italianos vão encontrar os atuais bicampeões europeus, a Espanha, na próxima segunda-feira em Saint Denis.