Hélder deixou a carreira de futebolista há pouco mais de um ano. Mais precisamente no verão passado. «Deixei de jogar futebol neste verão. Houve um tempo em que fui dispensado e fiz coisas que nunca tive oportunidade de fazer», diz ao Maisfutebol sem acrescentar mais.
Aos 32 anos, deixou para trás uma carreira recheada de momentos de felicidade. Jogou no Torreense, Farense, Sp. Braga, Boavista, Paris Saint-German e acabou a carreira em Espanha. O Rayo Vallecano acolheu-o nos últimos cinco anos, mas foi o Boavista quem o marcou mais. Esteve três épocas (95/96, 96/97 e 97/98) a defender o clube dos «axadrezados».
Agora é empresário de jogadores, mas «não se identifica como tal». «Tento ajudar o meu irmão e sou apenas um colaborador. Não estou a cem por cento na empresa», sublinha. Quer ter tempo para fazer outras coisas. Compreende-se. Foram 15 anos a jogar futebol e estava habituado a uma rotina exigente. Agora afirma: «É realmente tudo muito diferente para quem passou 15 anos habituado a uma rotina diária». No entanto, não se arrepende: «Foi uma opção muito ponderada. Estava muito cansado».
«Elaboratus» é um nome que, à primeira vista, pode não dizer nada a muita gente. No entanto, no mundo do futebol começa a dar nas vistas. «É uma empresa de representações, nomeadamente de jogadores de futebol e de treinadores. Mas não está ligada só ao mundo do futebol». Assim descreve Hélder a empresa que criou, juntamente com Nuno Baptista, seu irmão, e Ricardo Martins, um amigo. Conta também com o apoio de Robson, um jogador/colaborador brasileiro que, segundo Hélder, «veio dar uma mais valia à empresa», pois abriu as «portas ao mercado brasileiro».
O objectivo é simples: «É entrarmos no mercado e sermos sempre como fomos até agora: correctos, verdadeiros e agradar a ambas as partes». O guarda-redes do Sporting, Ricardo, é uma das figuras mais conhecidas. As mais recentes transferências foram as de Ricardo Nascimento e de Franco do Rio Ave para o FC Seul, da Coreia do Sul.
«Montámos esta empresa com o intuito de representar os jogadores e sermos os mais correctos; não só da parte do jogador como também da directiva», diz. Reforça a ideia de correcção: «Sermos os mais correctos e verdadeiros, porque já fui jogador e sei o que se passa nessa vida», sublinha. Fala quem sabe. Quem já passou pelo mesmo.