Ao fim de onze épocas em Portugal, oito das quais ao serviço do FC Porto, o guarda-redes Helton tem ainda mais um ano de contrato com os dragões e é sozinho que irá resolver o seu futuro, já que o jogador não se faz representar por nenhum empresário.

Aos 35 anos, não pensa regressar para já ao Brasil e ao Vasco da Gama, clube que lhe abriu as portas para o campeonato português. «Devo, de alguma forma, pedir desculpas aos vascaínos, que sempre me apoiaram desde o início da minha carreira. Tenho muita gratidão. Mas, hoje, não faz sentido deixar o FC Porto. Sou muito feliz aqui, estou totalmente integrado no clube, a minha família está comigo em Portugal e tenho a minha banda aqui. Regressar faria sentido agora se houvesse uma insatisfação da minha parte ou da parte do FC Porto, mas não existe», afirmou o jogador, em declarações ao site da Globo.

O guardião assumiu o interesse demonstrado pelo Vasco da Gama no seu regresso, referindo que esta foi a primeira vez que o clube carioca o contactou, por intermédio do diretor executivo René Simões, seu amigo. «Não chegámos a entrar em detalhes. Ele procurou-me, conversámos muito, até como amigos mesmo, uma conversa informal. E ele disse: Se houver a possibilidade, você quer voltar?. Respondi-lhe que estava na fase final do campeonato português e que depois retomávamos o assunto. O René foi muito transparente o tempo inteiro, conversámos mais sobre música até do que futebol. Mas hoje estou com esse pensamento de ficar no FC Porto. No ano que vem, quem sabe, se houver essa oportunidade...», revelou.

Helton falou no Vasco com orgulho e não descartou um regresso à equipa na qual se estreou em 2000, num desafio frente ao Corinthians. «Lembro-me sempre dos tempos no Vasco. Não tem como esquecer. Quando me estreei, não era um uniforme no corpo, era um corpo no uniforme. Eu parecia uma vareta [risos]. E foi muito complicado, porque entrei numa equipa só de feras. Quem era o Helton? Ao mesmo tempo que eu ali era um miúdo, tinha uma responsabilidade muito grande. Ou eu acertava e respirava ou errava e continuava duro [risos]. Se errasse, eu sumia, acabava ali», reconheceu.

Por fim, o ainda guardião portista admitiu ter o desejo de reencontrar o ex-guarda redes Carlos Germano, um ídolo e um grande amigo. «O Carlos Germano, para mim, não era só o guarda-redes que eu substituiria. Era um amigo. Ele pagou imensas contas minhas naquela época. Sou fã dele até hoje. Seria um prazer enorme ser treinado por ele. Uma pessoa fora de série, que eu não tenho nem palavras para descrever as suas qualidades. Tive essa sorte, aliás, de tê-lo no Vasco como referência e depois, no Porto, o Vítor Baía», finalizou.