O economista António Borges assumiu em entrevista ao jornal «Público» que a Europa não vai escapar à crise sem consequências e, apesar de afastar um cenário de recessão, garante que haverá um abrandamento da actividade económica, que espera, no entanto, ser pouco «substancial».

Sobre a exposição dos bancos à crise financeira, o economista considera que os bancos europeus estão mais expostos, mas têm uma atitude perante esta crise «muito mais serena, prudente e cautelosa do que os americanos».

«É prematuro dizer que problema orçamental desapareceu»

Quanto à descida do IVA dos 21% para os 20%, anunciada recentemente pelo Governo, António Borges diz que «seria melhor esperar por uma consolidação orçamental mais sólida e permanente e, a seguir, pensar numa reforma fiscal profunda e inteligente».

Sublinha que não é essencial sequer uma descida do IRC, até porque «só paga IRC quem tem lucros» e realça que o grande problema de muitas empresas é a «sobrevivência».

O economista vai mais além e diz em entrevista ao jornal «Público» que é «prematuro dizer-se que o problema orçamental desapareceu em Portugal».