O Galatasaray venceu fora o Goztepe por 3-2 na 26.ª jornada da Liga turca, num jogo que teve quatro penáltis convertidos - dois para cada lado, o último deles convertido aos 90+9 por Bafetimbi Gomis, que bisou e deu à equipa de Istambul a primeira vitória em mais de um mês.

Mas tudo isso é secundário ao lado da história de superação de Omar Elabdellaoui, que regressou nesta segunda-feira à competição após ter estado impedido de competir por quase 14 meses.

Na passagem de ano de 2020 para 2021, o internacional norueguês ficou ferido com gravidade quando um engenho pirotécnico explodiu e provocou-lhe lesões graves nos olhos, sobretudo no direito. 

Para recuperar a visão, Elabdellaoui foi operado 11 vezes. Durante seis meses a fio, fez do Cincinnati Eye Institute, nos Estados Unidos, uma primeira casa. O médico que o acompanhou ter-lhe-á dito que tinha 5 a 10 por cento de possibilidades de recuperar a visão do olho direito e que a lesão dele era uma das piores que já tinha visto em 35 anos de carreira. Quase tão improvável como recuperar a visão era voltar a competir ao mais alto nível.

Antes da reconstrução do olho, Elabdellaoui passou por uma reconstrução da pálpebra e a irmã e um dador anónimo foram também fundamentais para que o transplante de córnea, realizado em setembro de 2021, fosse bem-sucedido.

Nesta segunda-feira, o calvário de Ebabdellaoui chegou ao fim: com um novo look, agora de óculos, o futebolista norueguês de 30 anos voltou a competir pela primeira vez desde 26 de dezembro de 2020, sendo titular no jogo que marcou o regresso do Galatasaray às vitórias.

No final do jogo elevou as mãos aos céus e emocionou-se. E não era para menos.