Mais uma noite de glória, mais uma manhã cheia de Cristiano Ronaldo nas capas dos jornais ingleses. A imprensa britânica rendeu-se ao talento e génio do internacional português, que esta quarta-feira marcou dois golos ao Bolton e ultrapassou o recorde do lendário George Best. Até 19 de Março de 2008, o irlandês era o extremo do Manchester United com mais golos marcados numa só temporada: 32.
«Depois dos dois golos na última noite, que elevaram a produção da época para uns impressionantes 33 em 37 jogos e permitiram substituir Best no livro dos recordes do United, só pode haver um Jogador do Ano», argumenta o diário Daily Mirror, sobre Cristiano Ronaldo.
O camisola sete do United leva já 24 golos na Premier League, seis na Liga dos Campeões e três na Taça de Inglaterra. Ou seja, o português é líder dos marcadores na liga inglesa, na Champions e o maior goleador dos campeonatos europeus, com 24 golos, mais dois que Luís Fabiano (Sevilha).
Assim se entende a capa do Mirror, que usou o termo «Ron Top» para elogiar o «prodigioso» red devil, que o jornal considera «actualmente o melhor jogador do mundo».
O The Sun recorre à canção de Tina Turner, «Simply the Best» para resumir o recorde do português, enquanto o Daily Mail interroga-se se Cristiano Ronaldo «é o melhor jogador que a Premiership já viu»
Curiosa é a forma como um jornalista do The Times aborda mais uma exibição de gala e mais um feito do camisola sete do Manchester Utd. «De certa forma, parece entediante escrever sobre mais um momento de classe de Ronaldo», admite o repórter, tendo em mente que já foram muitos os momentos de brilho do português.

No entanto, o próprio jornalista assume que «não há nada entediante em testemunhar o génio, do tipo de fazer crescer água na boca e fazer cair o queixo, produzido por um jogador que até o treinador do adversário, Gary Megson, descreveu como o melhor do mundo».
Só mesmo o The Guardian coloca uma interrogação sobre a qualidade do português, afirmando que há «adeptos do Manchester United de uma certa geração» que terão dúvidas em aceitar a primazia de Ronaldo sobre Best.
O argumento é que faltam títulos continentais ao internacional português, visto que George Best venceu a Taça dos Campeões Europeus, em 1968, frente ao Benfica. «Mas a actual coqueluche de Old Trafford tem o direito de sentir, no mínimo, uma grande satisfação por ter conseguido fazer da questão um debate legítimo», acrescenta o The Guardian.