Cronologia do pontificado, marcado pelo reforço das relações entre religiões, mas também por vários escândalos de pedofilia, envolvendo elementos da igreja:
12 setembro 2006: Bento XVI irritou os muçulmanos de todo o mundo ao citar um imperador bizantino, ligando o Islão a violência, numa palestra na Universidade de Regensburg, Alemanha, onde anteriormente havia ensinado teologia.
A leitura provocou dias de protestos, por vezes violentos, em países muçulmanos, levando o pontífice a dizer que «lamentava profundamente» qualquer ofensa, e atribuindo o episódio a «um lamentável mal entendido».
30 novembro 2006: O papa encontra-se com muçulmanos durante uma visita à Turquia, assumindo uma atitude de oração muçulmana frente à Mesquita Azul de Istambul.
Maio 2007: Visita o Brasil, por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.
19 julho 2008: Bento XVI adota uma atitude de defesa das vítimas de abuso sexual por parte do clero, ao emitir um pedido de desculpas histórico, durante uma visita à Austrália, em que se encontrou com quatro vítimas.
Abril de 2008: O papa já se encontrara com vítimas de abuso sexual durante uma visita aos EUA.
24 janeiro 2009: Bento XVI levanta a excomunhão a bispos tradicionalistas radicais, incluindo Richard Williamson, que alegaram nunca terem existido câmaras de gás nazis e que os nazis mataram mais de 300.000 judeus - não seis milhões.
Críticas de grupos judeus, da chanceler alemã Angela Merkel e de forças do interior da Igreja Católica, levaram o Vaticano a exigir que Williamson, «inequivocamente e publicamente», mudasse os seus pontos de vista antes de poder ser completamente readmitido no seio da Igreja Católica.
17 março 2009: O pontífice disse que distribuir preservativos para combater a sida poderia ser um modo de "agravar o problema¿, no âmbito de uma visita a África, o continente mais atingido pela doença. Visita Camarões e Angola.
15 maio 2009: Conclui uma visita à Terra Santa, durante a qual visita Israel, a Jordânia e os territórios palestinianos, apelando para uma solução de dois estados, para pôr fim às guerras no Médio Oriente e ao «terrorismo», apelidando ainda o holocausto de «extermínio brutal».
Maio 2010: Visita Portugal no 10.º aniversário da beatificação de Jacinta e Francisco, pastorinhos de Fátima.
20 março 2010: Bento XVI emite uma carta pastoral aos católicos irlandeses, expressando «vergonha» e «remorso» pela pedofilia de padres na Igreja Irlandesa, após um relatório governamental explosivo revelar sistemáticos abusos pela hierarquia.
À crise na Irlanda, que estalou em novembro de 2009, segue-se uma avalancha de escândalos similares na Europa e nos Estados Unidos da América.
1 maio 2011: Bento XVI reconhece o estatuto de «beato» ao seu antecessor, João Paulo II, em frente a um milhão de pessoas, numa cerimónia que colocou o último papa a um passo da santidade.
18 maio 2011: Apela aos católicos do mundo para rezarem para que os bispos chineses recusem separar-se de Roma, na sequência de «pressões» das autoridades comunistas.
15 setembro 2012: Durante uma visita ao Líbano, o papa insta cristãos e muçulmanos a criarem uma sociedade harmoniosa e pluralista, em que a dignidade de cada pessoa seja respeitada e o direito de viver a religião em paz seja garantido.
22 dezembro 2012: Bento XVI perdoa e liberta o seu ex-modormo, mas expulsa-o do Vaticano, 12 meses depois de Paolo Gabriele revelar segredos papais e documentos, revelando uma série de alegados escândalos com fraudes no Vaticano. O escândalo ficou conhecido como «Vatileaks».
LUSA
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