Enorme desilusão para os angolanos depois dos palancas não terem ido além de um novo empate diante da estreante Mauritânia no segundo jogo da fase final do campeonato Africano das Nações (CAN 2019). Um empate que obriga Angola a vencer o Mali de Diaby e Marega na última jornada para ainda poder sonhar com uma possível qualificação para os oitavos de final da competição. Djalma ainda fez subir as pulsações com um golo no último minuto do jogo, mas estava em clara posição irregular. A verdade é que a exibição da equipa comandada por Srdjan Vasiljevic deixou muito a desejar.

Confira a FICHA DO JOGO

O selecionador angolano fez apenas duas alterações no onze em relação à estreia com a Tunísia. Duas alterações previsíveis, aliás, com Show, que estava castigado no primeiro jogo, a render Stélvio Cruz no meio-campo, e Gelson Dala, que esteve em dúvida no primeiro jogo, a entrar agora de início em detrimento de Wilson Eduardo.

Angola procurou, desde logo, assumir as rédeas do jogo, procurando fazer chegar a bola ao tridente da frente composto por Gelson Dala, Mateus e Djalma Campos, mas desde cedo deparou-se com as elevadas «torres» da Mauritânia, com destaque para Abdoul Ba, central do Auxerre com 2,03 metros. Aliás, toda a seleção da Mauritânia prima pela elevada estatura, o que se revelou, ao longo do jogo, um perigo nas bolas paradas.

Um jogo disputado a ritmo baixo, em parte devido às elevadas temperaturas que se fizeram sentir no Suez, no norte do Egito, com os termómetros a registarem 38 graus no pontapé de saída. Com Fredy a comandar o meio-campo e Show ao lado de Herenilson em posições mais defensivas, os palancas procuraram ganhar superioridade numérica na zona nevrálgica do centro do terreno com as subidas dos laterais, com destaque para Bruno Gaspar, muito ativo no flanco direito.

A primeira grande oportunidade do jogo, aos 12 minutos, surgiu num pontapé longo de Mateus e uma má abordagem do guarda-redes Diallo que permitiu que a bola batesse à sua frente e lhe passasse por cima. Só não foi golo porque a bola passou a centímetros do poste. Logo a seguir Djalma cabeceou entre os centrais a cruzamento de Bruno Gaspar.

Era definitivamente o melhor período dos angolanos, com destaque para um lance individual de Gelson Dala que permitiu a Djalma destacar-se, ultrapassar Diallo e atirar para a baliza vazia. Valeu à Mauritânia a recuperação de Camara que impediu que a bola ultrapassasse a linha fatal.

Wilson Eduardo atira ao lado, Geraldo marca golo irregular

Ainda assim, muito pouco da parte de Angola diante de uma Mauritânia que também pouco fez para procurar o golo. Com a temperatura a cair, esperava-se um crescimento dos palancas na segunda parte, mas a verdade é que foi a Mauritânia que entrou melhor na segunda parte, adiantando as suas peças e obrigando Angola a recuar em toda a linha.

Vasiljevic procurou contrariar essa tendência com duas alterações de uma assentada, lançando Geraldo e Wilson Eduardo em detrimento de Fredy e Mateus, mas a verdade é que pouco mudou. Com pouco disponibilidade física, Angola insistiu nos pontapés longos, sem qualquer perigo, com a maior parte das bolas a sair pela linha de fundo.

A melhor oportunidade de golo nesta altura pertenceu aos Mourabitones, a alcunha dos jogadores da Mauritânia, em referência a uma antiga dinastia, com Adama Ba a surgir destacado na área e a rematar. Valeu a Angola um corte providencial de Bruno Gaspar, um dos melhores dos palancas esta tarde. A melhor oportunidade de Angola, aos 63 minutos, surgiu num lance individual de Gelson Dala que fez tudo bem até à assistência para Wilson Eduardo que, com tudo para abrir o marcador, atirou ao lado.

Mas este lance foi uma gota num jogo apático, disputado a um ritmo muito baixo e praticamente sem emoção. Os corações só voltaram a bater mais fortes no último minuto do jogo quando Geraldo, lançado por Paizo, em mais um pontapé longo, atirou para as redes de Diallo. Mas não valeu, uma vez que o avançado do Al Ahly estava em clara posição de fora de jogo.

Angola desperdiçou, assim, a oportunidade de juntar-se ao Mali no topo da classificação do Grupo E e, para chegar aos oitavos de final, a melhor prestação de sempre dos palancas, terá de vencer o Mali na terça-feira.