E se o futebol não for o conto de fadas que muitas vezes se pensa? E se mesmo as maiores estrelas do futebol mundial assumirem que estão bem longe de ser completamente felizes?

Foi isso que fez Gonzalo Higuaín, avançado argentino que joga no Chelsea depois de ter brilhado no Real Madrid, Nápoles ou Juventus, mas que numa entrevista ao programa «Hablemos de Fútbol», emitido na ESPN, falou sobre o lado mais negro do futebol.

«As pessoas estão sempre a dizer: ‘com o dinheiro que ganham’, mas os amigos não se podem comprar. Há 14 anos que passo os aniversários e os natais com pessoas diferentes. Quero ver a minha mãe e ela está a 15 horas de avião. As pessoas não veem isso? Só veem que tens de marcar golos porque é para isso que te pagam», apontou ainda, realçando porém, que já se «curou» do sofrimento que isso lhe causava.

«O maior arrependimento da minha vida foi deixar de sair à rua com medo do que me poderiam dizer. Sempre me arrependi de me refugiar, mas tinha medo de sair à rua. Há pessoas que fazem tanto mal e saem à rua de cara descoberta, e nós, que não matamos ninguém e fazemos as coisas bem, que apenas fazemos um desporto, não podemos sair?», questiona.

O argentino, contudo, diz que já não se deixa afetar pelo que dizem dele.

«Joguei nos melhores campeonatos, fiz três mundiais e Copas América. Aos cinco anos não me imaginava a conseguir nem 10 por cento do que alcancei, por que me vou preocupar pelo que dizem?», resumiu.