O futebolista croata Luka Modric considerou «trivial» falar especificamente dos companheiros de profissão, em alusão a Cristiano Ronaldo. O médio de 34 anos desvalorizou as críticas feitas na sua autobiografia - publicada este mês - acerca da ausência do português da gala dos prémios The Best, em 2018, considerando o antigo colega de equipa uma referência dentro e fora de campo.

«É um dos maiores da história. Perdemos os objetivos e o caráter do Real Madrid no Real Madrid. O Cristiano quer ganhar sempre, motivou e fez-nos reagir. Tem um grande coração, está sempre pronto para ajudar os necessitados», afirmou Modric, em declarações à Gazzetta dello Sport, publicadas esta segunda-feira.

A cumprir a oitava época em Madrid, Modric considera que ainda pode jogar «a um alto nível durante mais dois anos» e aponta à carreira como técnico. «Gostaria de terminar a minha carreira no Real Madrid, mas também vai depender do clube. Certamente farei o curso de treinador», disse.

Com a desvantagem na eliminatória ante o Manchester City (1-2), nos oitavos de final da Liga dos Campeões, Modric apontou, entre outros, ao Paris Saint-Germain como candidato a conquistar a prova. «Vejo bem o PSG, mesmo que não jogue até agosto. É fácil dizer o Barcelona e o Bayern. Há que ter cuidado com o Atlético de Madrid e, claro, entre os favoritos vai estar quem passar o duelo entre o Manchester City e o Real Madrid», considerou.

Modric, que perdeu o avô na guerra jugoslava, na década de 90, lembrou ainda os tempos vividos durante a infância, marcada pelo conflito no seu país. «Aos sete, oito anos, os traumas experienciam-se de forma diferente. Em miúdo, o medo não é… tão aterrador. Eu vivia no hotel Kolovare [ndr: em Zadar, Croácia] com a família e muitos companheiros. Jogávamos à bola ou escondíamo-nos no hotel, até ouvir as sirenes. Nesse momento, sabias o que fazer: correr para o refúgio. Ali, com segurança, voltávamos a jogar», recordou.