O Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês realiza-se de cinco em cinco anos, habitualmente em Outubro ou Novembro. E já se espera que nessa altura de 2012 se realize o XVIIIº congresso, o órgão máximo do partido.

Da China vem muito secretismo e poucas certezas, assim como as decisões anunciadas no congresso já terão sido tomadas anteriormente. Este ano deverão ser anunciados o sucessor do presidente Hu Jintao e o do primeiro-ministro Wen Jiabao - por figuras de quem já se fala há mais de um ano.

O próximo presidente da China deverá ser Xi Jinping, o actual vice-presidente que já há um ano assumiu o vice-comando das forças armadas chinesas, lugar que Jintao também ocupou antes de se tornar líder do país, assumir o comando supremo dos militares e tornar-se secretário-geral do partido; que deixará de ser já em 2012 assim como deixará a presidência do país em 2013: Jinping substitui-lo-á, então, em pleno nos três cargos.

Na mesma ordem, o vice-primeiro-ministro, Li Keqiang, deverá ocupar o lugar de Jiabao. Keqiang é descrito como uma cópia fiel do presidente Jintao, só que alguns anos mais novo. O que é bom exemplo, com esta passagem de poder tão preparada como contínua, que a China não quer sobressaltos na governação.

Economia em crescendo que já chegou a nº2 mundial, a China fez sentir o seu poder financeiro actual em Portugal com a entrada da China Three Gorges na EDP. E há mais capital chinês prometido para chegar. E Portugal é apenas um exemplo da conquista chinesa dos mercados mundiais. Assim como Jintao tem prometido uma China cada vez mais importadora e participante na economia global.

Com estratégias económicas definidas a longo prazo, uma das questões que Jinping irá ter de incluir na agenda, porém, é que a China está a tomar conta de um mercado que, por ter dado passos que os chineses estão agora a dar, é que está tão em crise e tão vulnerável à entrada de uma potência limpa dos excessos da economia de mercado.

Um tema que deverá ficar - como tem ficado - adiado da agenda chinesa é o ambiente e a sensível questão das emissões de CO2. Mas se internacionalmente não se avança - como houve recentemente mais um exemplo na Cimeira de Durban -, é possível que a maior pressão que os chineses passem a sentir surja de dentro do país; de comunidades que já começaram a manifestar-se contra os níveis de poluição - entre outras reivindicações... como reflexos do surgimento de uma classe média...

Assim como outro dos maiores problemas neste ano de transição de líderes poderá estar bem ali ao pé, nas eleições da Formosa. A ilha tem eleições presidenciais e legislativas já neste mês e a manutenção de uma governação mais próxima do regime chinês, como a que agora existe com a maioria parlamentar do presidente Ma Ying-jeou, é sinónimo de menor preocupação.

A questão do Tibete, juntamente com os direitos humanos, é outra que a China ainda não conseguiu resolver com a comunidade internacional. Xi Jinping é conhecido por ser economicamente empreendedor, mas também é conhecido por ser implacável com a corrupção. E estas duas facetas servem para mostrar uma terceira: a determinação do futuro líder da China, que já disse publicamente não hesitar em «esmagar» qualquer tentativa de «separatismo da união nacional».