Em Espanha e Inglaterra, a jornada a meio da semana serviu para acabar com as dúvidas: a discussão do título é mesmo a três, com At. Madrid e Liverpool a levarem às últimas consequências o papel de outsiders. Na luta com emblemas que dispõem de meios incomparavelmente superiores (Barcelona e Real Madrid, num lado, Chelsea e Man. City no outro), as equipas de Simeone e Brendan Rodgers não falharam perante os seus adeptos, conseguindo vitórias minimalistas que acentuam o equilíbrio a três, à entrada para as últimas sete/oito jornadas.

Foi a noite em que o Barcelona confirmou a vitória no Bernabéu e a superforma de Messi e Iniesta, mas perdeu Victor Valdés para o resto da temporada. E foi, principalmente, a noite em que o Real Madrid pagou a fatura do clássico, sofrendo em Sevilha a segunda derrota consecutiva, e caindo para a terceira posição. A única equipa que só tem razões para sorrir é mesmo o At. Madrid, que diante do Granada voltou a contar com a eficácia do seu goleador prodígio, Diego Costa.

Já em Sevilha, o duelo português entre Cristiano Ronaldo e Beto começou por sorrir ao avançado, que com alguma sorte à mistura, abriu o marcador de livre, confirmando a propensão para faturar diante dos andaluzes. Mas foi o guarda-redes luso quem riu no fim. Incentivado por um público febril, o adversário do FC Porto, claramente a subir de rendimento, e com um lugar na Champions como possibilidade, deu a volta ao marcador, graças aos talentos conjugados de um criativo de luxo,
Rakitic, e da eficácia de Bacca, mais um matador colombiano – a propósito, onde é que eles tiram o molde?



Um sério aviso para a equipa de Luís Castro, antes da próxima eliminatória de Liga Europa. E, principalmente, uma dor de cabeça redobrada para Carlo Ancelotti, que depois de uma série de 31 jogos sem perder, vê a equipa tropeçar duas vezes, deixando fugir jogos em que esteve à frente do marcador. Os três pontos que o separam do Atlético, e os dois para o Barcelona não podem deixar de ser preocupantes, tanto mais que a equipa não venceu um único dos quatro confrontos diretos com os rivais.

Já em Inglaterra, o Liverpool, em pezinhos de lã, vai consolidando a melhor temporada dos últimos anos: já só está a um ponto do Chelsea, e tem dois de vantagem sobre o City, pelo menos enquanto a equipa de Pellegrini não acerta calendário. Do alto de uma sequência de 12 jogos sem derrota, Brendan Rodgers não tem dúvidas em assumir que a ausência nas provas europeias foi benéfica para atenuar as diferenças. A candidatura ao título ainda não pode ser proclamada com todas as letras, até pela diferença de potencial entre os planteis dos concorrentes diretos. Mas se há clubes onde a palavra mística tem forte significado, o Liverpool é um deles. Há 15 anos a marcar golos como este, poucos jogadores ilustram melhor essa palavra do que Steven Gerrard.