Quarenta anos depois, o Atlético Madrid está de volta a uma meia-final da Liga dos Campeões, depois de eliminar o Barcelona com mais uma exibição categórica. A equipa de Diego Simeone entrou no jogo de forma demolidora, com um golo e três bolas nos ferros nos primeiros vinte minutos, antes de devolver a bola ao adversário para um «tiki-taka» totalmente desprovido de sentido, sempre longe da baliza de Courthois.

Confira a FICHA DO JOGO

Foram vinte minutos de tirar à respiração, principalmente para o Barça, que demorou a estancar a forma como a equipa de Madrid se acercava da sua área e a facilidade com que punha a bola nas costas da sua defesa. Raúl Garcia fez um primeiro aviso e, logo a seguir lançou Adrián para o primeiro remate à trave. Os adeptos colchoneros levantaram-se das cadeiras e não tiveram tempo de se voltarem a sentar, porque o lance prosseguiu nos pés de David Villa que cruzou da esquerda para o segundo poste, Adrián devolveu e Koke fez o primeiro aos 6 minutos. Estonteante. A defesa do Barça ficou completamente aos papéis, neste lance e nos que se seguiram.

A equipa de Simeone, mesmo privada de Arda Turan e Diego Costa, manteve a pressão e o ritmo elevado, ganhava todos os ressaltos e não deixava os catalães passar da linha do meio-campo. Uma abertura de Koke permitiu a Villa atirar fortíssimo ao poste. Só dava Atlético e o melhor que o Barça conseguiu fazer, neste período, foi uma cabeçada de Messi ao lado, a cruzamento de Dani Alves. Logo a seguir nova onda colchonera e mais uma bola na trave. Raúl Garcia, de cabeça, isolou David Villa que rematou na passada ao barrote. Vinte minutos, um golo e três bolas nos ferros davam bem conta da entrada impetuosa do Atléti.

«Tiki-taka» sem sentido

Da mesma forma que entrou balanceado para a frente, o Atlético recuou depois em bloco, oferecendo a bola ao Barcelona para um «tiki-taka» desprovido de sentido, uma vez que os catalães trocavam muito a bola no meio-campo, mas quando tentavam evoluir para os últimos trinta metros, chocavam contra o muro colchonero. Até ao intervalo, Apenas Neymar [esta noite bem acima de Messi] escapou por uma vez, num lance individual que culminou com uma maldade a Tiago e uma assistência para o segundo remate de Messi. Crescia a olhos vistos a percentagem de posse de bola da equipa catalã, mas a equipa de Madrid chegava ao intervalo com quase o dobro dos remates (7-4).

A segunda parte começou como tinha terminado a primeira, com o Atlético com um bloco baixo e um Barça com muita posse de bola, mas agora a conseguir maior profundidade a conseguir criar oportunidades, sobretudo pela direita de onde Dani Alves arrancava cruzamentos teleguiados. Logo a abrir a etapa complementar, duas oportunidades claras para o Barça empatar a eliminatória, mas valeu ao Atlético as boas intervenções de Courtois que terá valorizado a sua cotação no mercado esta noite.

Os catalães entraram fortes, mas o Atlético resistiu e até podia ter matado o jogo com rápidos contra-ataques. Gabi teve uma oportunidade soberana, tal como David Villa num lance em que parece ser carregado por Mascherano na área. Com Tiago em grande no meio-campo, ao lado de Gabi, o Atlético conseguiu sacudir definitivamente a pressão e, até ao final, o Barça teve apenas mais uma oportunidade clara para empatar, em mais um cruzamento de Dani Alves para a cabeça de Neymar.

A festa, esta noite, foi do Atléti, a única equipa invicta na atual edição da Liga dos Campeões. O duelo entre os dois emblemas prossegue agora na liga espanhola.