Adriano Galliani, vice-presidente do Milan, disse hoje que espera até ao final do ano por uma maior liberalização do uso de jogadores extra-comunitários na Liga italiana. Se ela não acontecer, garante que o seu clube avançará para tribunal. 

A pressão do Milan foi desencadeada pela recente decisão do tribunal de Reggio Emilia dando razão a um jogador nigeriano que contestou a proibição de jogar na série C, por ser estrangeiro. O tribunal deliberou que, ao abrigo da lei italiana, todos os trabalhadores têm direitos iguais, independentemente da nacionalidade, e ninguém pode ser limitado por ser estrangeiro. 

Galliani lembra também que os regulamentos no futebol italiano foram alterados recentemente, para ficar de acordo com as disposições comunitárias, no sentido de equiparar aos cidadãos da União Europeia jogadores de alguns países com estatuto especial, como Marrocos, Polónia, República Checa, Eslováquia, Turquia, Roménia, Eslovénia e Bulgária.  

«Não percebemos porque é que aplicam convenções comunitárias e a lei italiana não», argumenta Galliani, numa entrevista ao site oficial do clube. O dirigentes milanês explica que o seu clube não pede no entanto a liberalização total de estrangeiros, mas o fim do limite de três em campo. Passariam assim a poder ser utilizados os cinco jogadores extra-comunitários que cada clube pode inscrever na Liga. 

O Milan não está sózinho neste processo, tendo nomeadamente do seu lado a Lázio, que já pediu também a liberalização de estrangeiros. O caso do nigeriano Prince pode assim transformar-se num novo caso Bosman e ter repercussões em todo o futebol europeu.  

Em Portugal, onde 34 por cento dos jogadores da I Liga são estrangeiros, pode-se inverter a actual tendência para a limitação, que é defendida nomeadamente pelo Sindicato dos jogadores, conforme se pode ler no dossier publicado hoje por Maisfutebol.