A França sucede a Portugal como vencedora da Liga das Nações com mais uma reviravolta na final em San Siro. A seleção comandada por Didier Deschamps foi paciente, deixou a Espanha ter posse de bola durante boa parte do jogo, deixou a equipa de Luis Enrique crescer no jogo, mas depois foi explosiva, virou o resultado e reclamou o troféu. Um jogo com uma primeira parte a puxar ao bocejo, com poucos riscos e poucas oportunidades, mas com a adrenalina a disparar no segundo tempo para níveis elevados.

A verdade é que a primeira parte foi uma desilusão, sobretudo para aqueles que tinham assistido ao eletrizante França-Bélgica. Como se esperava, a equipa de Luis Enrique entrou no jogo com uma elevada posse de bola, mais uma vez com o adolescente Gavi no meio-campo e o sportinguista Sarabia na frente de ataque que dividia com Ferran Torres e Oyarzabal.

Uma posse de bola, diga-se, muito consentida pela França que deixava os espanhóis trocar a bola, mas apenas no seu meio-campo. Sempre que os de vermelho tentavam subir no terreno, os azuis asfixiavam desde logo, com uma pressão elevada sob o detentor a bola. A primeira oportunidade até foi da França, com Pogba a lançar Benzema para a área. O avançado do real Madrid ainda conseguiu contornar Unai Simón, mas depois perdeu ângulo de remate.

A Espanha, como dizíamos, teve mais bola, mas a verdade é que criou muito pouco até ao intervalo. A melhor oportunidade resultou de um bom movimento de Sarabia, mas o remate depois saiu enrolado e fácil para Lloris defender. A verdade é que a primeira parte voou até ao intervalo, num jogo entre duas equipas que assumiram poucos riscos e particamente não empolgaram as bancadas.

A segunda parte foi muito diferente. A Espanha voltou a entrar com uma elevada posse de bola, mas agora conseguia progredir no terreno, com Oyarzabal a juntar-se a Sarabia sobre a esquerda, abrindo, por aí, uma via rápida para a baliza de Lloris. O jogo disparou. Disparou em velocidade, disparou em intensidade, disparou, sobretudo, em qualidade.

Com a Espanha a arriscar mais, a França teve mais espaço e teve uma enorme oportunidade para abrir o marcador, numa transição rápida, com Mbappé a abrir na esquerda para Benzema que, por sua vez, cruzou para o remate forte de Théo Hernández. A bola foi à barra e ao solo, sem ultrapassara linha fatal e, na resposta, foi a Espanha que chegou ao primeiro golo da noite. Busquets abriu uma autoestrada pela zona central e lançou Oyarzabal que invadiu a área e bateu Lloris com um remate cruzado.

Ainda a zona vermelha das bancadas estava a festejar quando Benzema empatou o jogo, com um golo de belo efeito. Servido por Mbappé, o avançado do Real Madrid, na quina da área, atirou colocado, fazendo a bola entrar, no lado contrário, junto ao ângulo. Um grande golo que lançava definitivamente a França para a conquista do troféu.

O jogo seguiu intenso, com parada e resposta, mas com a Espanha em quebra, já com Gavi esgotado, e a França a crescer. O golo da vitória chegou a dez minutos do final, com Théo Hernández a lançar Mbappé no limite do fora de jogo e o avançado do PSG a bater Unai Simón com classe.

A Espanha ainda conseguiu encher os pulmões para uma última investida e até esteve muito perto de empatar, com destaque para um grande remate de Oyarzabal, mas Lloris segurou a curta vantagem e a festa foi mesmo em tons de azul.

Foi Luís Figo que trouxe o troféu que Portugal conquistou em 2019 para o entregar aos novos campeões.