«Por que é que temos todos o mesmo horário?»; «Por que temos todos de enfrentar os mesmos engarrafamentos para chegar ao trabalho?».

E se alguém passasse das palavras à acção? É precisamente o que está a fazer uma escola secundária de Gotemburgo, na Suécia, que a partir de Setembro oferece turnos opcionais entre as oito da manhã e as oito da noite.

A escola Vasa Lärcentrum tem em conta as mentes que funcionam melhor depois de o Sol se pôr, revela a BBC.

A Suécia dá, assim, o pontapé de saída para uma verdadeira «revolução social» ao criar a chamada «Sociedade B», uma filosofia de organização social que atende aos diferentes ritmos biológicos do ser humano.

O «B-Samfundet» (Sociedade B) surgiu na Dinamarca, em 2006, e estende-se às escolas, aos locais de trabalho, e às organizações. Nos próximos meses será lançado na Noruega, Finlândia e Grã-Bretanha.

Na origem do movimento está a verificação científica de que cada indivíduo tem o seu próprio ritmo biológico, isto é, o seu «relógio interno».

Assim, enquanto as «pessoas B» possui um ritmo interno de 25 a 27 horas, as «pessoas A» têm um ciclo de 23 horas. As primeiras são mais produtivas ao final do dia. As segundas funcionam melhor de manhã.

Segundo a vice-presidente da «Sociedade B», Erika Augustinsson, em entrevista à BBC, «o objectivo é acabar com as rígidas disciplinas de horário da sociedade industrial, em que todos chegam ao mesmo tempo e saem à mesma hora».

Na escola de Gotemburgo, o projecto avançou devido à forte adesão dos alunos e a experiência pode estender-se a outros estabelecimentos de ensino da rede pública.

Os países nórdicos chamam-lhe o movimento contra a «tirania do despertador».

Já em Outubro a «Sociedade B» vai lançar o primeiro site na Internet especialmente direccionado para a oferta e buscas de empregos para gente «B».