Isaías não esquece a sua passagem pelo Benfica. O brasileiro marcou 71 golos com a camisola encarnada, o melhor registo entre os atletas sul-americanos que passaram pela Luz. Oscar Cardozo ameaça, com 66 tentos, mas Isaías não fica desiludido.
«Sinceramente, não sabia que eu tinha essa marca. Mas por mim, não me importo nada que o Cardozo chegue aos 71, 72, ou até que chegue aos 100 golos. É sinal que o Benfica seria campeão, isso é o mais importante. Chuta à vontade, Cardozo», diz Isaías, através do Maisfutebol.
Isaías quer o filho no Benfica: «Ele herdou o meu pé canhão»
O ex-avançado vive em Cabo Frio, onde ensina miúdos a jogar futebol e aproveita os jogos de veteranos para combater a obesidade. Enquanto isso, torce pelo clube que lhe deu maiores alegrias em Portugal. «Cardozo parece-me ser um bom jogador, do que tenho visto, também remata forte, mas só com o pé esquerdo, não é?», interroga, sem perder tempo: «Pois eu rematava com os dois, de todo o lado.»
«Sei que o Benfica está muito forte, este ano. Tem jogadores de grande qualidade e penso que só irá perder o campeonato se acontecer algo de anormal. O Braga está muito bem também, mas não é equipa grande, ainda não tem estrutura para aguentar até ao final», vaticina o antigo jogador.
«Sou benfiquista desde que assinei contrato»
Isaías chegou ao Benfica em 1990. Jogou no Rio Ave, cresceu no no Boavista e teve, recorda, vários convites em cima da mesa: «Sou benfiquista desde que o Major (ndr. Valentim Loureiro) me colocou três propostas à frente e eu escolhi aquela. As outras? Eram do Porto e do Sporting. Também escolhi o Benfica pelos jogadores brasileiros de grande nível que tinha na altura.»
«Fui muito feliz no Benfica e só lamento uma coisa: aquilo que Artur Jorge fez quando chegou. Aquilo não foi uma limpeza, foi mesmo estragar tudo o que havia de bom no clube. Por isso é que o Benfica esteve dez anos sem ganhar o título», considera.
«Os três primeiros remates iam sempre para fora»
Isaías esteve cinco temporadas na Luz. Pegava na bola e chutava. Ganhava balanço, procurava a bola e chutava de novo. De novo, de novo. Até acertar. «Os três primeiros remates iam sempre para fora, mas eu acabava sempre por acertar. Lembro-me de um jogo, com o Farense, em que estávamos a perder 1-0 e o Rufai estava a ser o melhor em campo. Lá marquei dois golos e demos a volta», diz, entre sorrisos.
Em 1995, com 71 golos no registo pessoal (Cardozo contabiliza 66, na terceira época de águia ao peito), o brasileiro partiu para o Coventry City, regressando posteriormente para jogar no Campomaiorense. «Marquei bons golos. Lembro-me desse Benfica-Farense, depois de um muito bom num Campomaiorense-Sp. Braga. E claro, quando vencemos o Arsenal, para surpresa de todos, em Londres», recorda.
Isaías não resiste à provocação. Benfiquista como diz ser, teria de aproveitar o momento para espicaçar o rival. «Vencemos o Arsenal em Londres, onde o Porto apanhou agora cinco, não foi? Eu também lhes costumava marcar uns golos, tinha esse hábito de marcar nos jogos grandes», remata o brasileiro, bem ao seu jeito.
Recorde Isaías: