O capitão chegou ao fim. San Siro lacrimejou na despedida de Paolo Maldini, que ao jogo 901 pelo Milan pisou, pela última vez a relva de um recinto que ajudou a tornar mítico. O camisola 3 dos rossoneri foi titular frente à Roma, que venceu o Milan por 2-3, com Totti a fazer o golo decisivo. Antes, porém, Maldini foi alvo de tremenda ovação dos adeptos.
Os aplausos ao veterano jogador não abafaram por completo alguns assobios provenientes da mítica «curva sud» onde se concentram os «ultras» do Milan que deram mais importância à derrota da equipa do que à homenagem a Maldini que, à imagem da sua carreira, reagiu com classe: «Estou orgulhoso por não ser como eles», atirou.
A estreia aconteceu, imagine-se, há 24 anos. Nils Liedholm lançava o filho de Cesare, Paolo. Um rapaz de olhos claros e com apenas 17 anos, que pisava o relvado do estádio Friuli, num empate entre Milan e Udinese. Dois anos volvidos, o primeiro golo: Como-Milan, 0-1; decisivo.
Em Março de 1988 chegou à selecção italiana, em partida frente à Jugoslávia (1-1). Essa foi a primeira das 126 internacionalizações, o que perfaz mais de mil jogos entre Milan e squadra azzurra.
Falta-lhe ainda um jogo em Florença. A San Siro disse adeus este domingo, com um currículo tão grande como a história do Milan: sete scudettos, uma Taça de Itália, cinco Supertaças italiana, cinco Taças/Liga dos Campeões, outras tantas supertaças europeias, mais dois títulos intercontinentais e mais um Mundial de Clubes. Um verdadeiro campeão.