No ano em que Lionel Messi caiu em Barcelona, Pablo Aimar marcou viagem para Valência. O agora mago do Benfica já era uma estrela na Argentina, depois de se ter sagrado campeão pelo River Plate. Em janeiro de 2001, o Valência trouxe Aimar para o lado de cá do Atlântico: demitiu-se a parceria com Javier Saviola, ficou a amizade. Messi começava a dar os primeiros pontapés pelo Barcelona, depois de confirmado o acordo com os catalães num guardanapo. El Mago e La Pulga coincidiram na seleção. Saviola, por exemplo, sempre os seguiu de perto. E também ele sabe, como o resto do mundo, que Aimar é o ídolo de Messi (como prova a foto de La Pulga com a camisola de El Mago, do Valência, em 2004) e que os dois se vão reencontrar na Luz, nesta terça-feira, para a Liga dos Campeões.

Três anos depois, novo encontro. A visita do Barcelona à Luz proporciona a Messi e Aimar a possibilidade de trocarem cumprimentos, depois dos elogios que, ao longo dos tempos, foram atirando um ao outro, pela comunicação social.

Os dois são reservados. Por isso, a relação que mantêm fica para eles. E para os mais próximos, apesar de Pablo Aimar admitir que o carinho que tem por Messi é retribuído.

Ora, por alguma coisa se meteu Javier Saviola ao barulho. Pode ter passado despercebido, como El Conejo entre as defesas contrárias, mas o antigo camisola 30 da Luz, mal chegou a Espanha, deixou elogios a Messi e a Aimar.

«Ninguém tem, e não creio que alguém tenha tido, a sua forma de jogar, é melhor do que aquilo que vemos», disse Saviola sobre Messi, citado pelo Olé, que reproduziu declarações publicadas pelo Málaga, pouco depois de El Conejo ter chegado à Andaluzia.

«Os adjetivos já acabaram», acrescentou Saviola, que volta a marcar golos em Espanha, onde chegou em 2001, para jogar, precisamente, pelo Barcelona. El Conejo é, aliás, uma das conexões entre Benfica e o adversário catalão desta terça-feira, na Liga dos Campeões, como foram Geovanni, Okunowo e o muito bem sucedido Simão Sabrosa.

«Aimar é daqueles que mais me maravilhou»

Mas é de Messi e Aimar que se trata. «De todos os companheiros que tive, o Pablo é daqueles que mais me maravilhou», admitiu Javier Saviola, quando instado a comentar sobre jogadores de qualidade.

O talento de Messi e Aimar foi visto pela última vez, em conjunto, num relvado argentino. Juntos pelo «Deus» Maradona. Na altura selecionador, El Pibe convocou Pablo Aimar para o jogo com o Peru, em outubro de 2009, e decisivo para as eliminatórias do Mundial 2010.

A última aparição de El Mago com a albiceleste coincidiu com a derradeira ocasião em que Messi compartilhou o terreno com o ídolo. Antes disso, defrontaram-se em Espanha. Messi sempre pelo Barcelona, Aimar pelo Valência e Saragoça. Pelo meio, um Mundial 2006 e uma Copa América em conjunto. E para sempre ficam não só as palavras de ambos, como as imagens do ídolo ao lado de um fã que é maior do que ele.