Respeito. A melhor forma de descrever a China, de acordo com as impressões de Jaime Pacheco. «Os dirigentes, os atletas, a população em geral. Todos se guiam por esse respeito», refere o treinador do Beijing Guoan ao Maisfutebol. Um respeito que deixou de existir em Portugal.

O treinador campeão nacional em 2000/2001 deixou de se sentir bem no nosso futebol. «Não tenho saudades do futebol português. A conjuntura actual não me atrai nada», sublinha. Há uma mágoa evidente no discurso.

«Não há paciência por parte dos dirigentes, tem de se vencer de qualquer maneira e não se dá sequência ao bom trabalho feito na formação. Já sofri muito no futebol português. Os treinadores não são bem tratados», desabafa Jaime Pacheco.

«Tive uma época maravilhosa na China»

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«Ser campeão nacional no Boavista criou-me vários anticorpos, talvez por nunca ter prestado vassalagem a ninguém. Joguei na selecção nacional, tenho um currículo invejável como treinador e sinto que não sou respeitado. Temos de trabalhar onde somos felizes e na China reencontrei a felicidade.»

Em dez anos o Boavista passou de clube campeão a emblema esquecido na II divisão. O centenário emblema portuense luta pela sobrevivência e pela subida aos escalões profissionais. Jaime Pacheco pede que se faça «urgentemente» justiça.

«Não devia estar a passar por isto. Tentaram acabar com o clube, através de manobras batoteiras. O Boavista merece ser ressarcido e recolocado na primeira divisão. Acredito que isso acontecerá.»