O Benfica está obrigado a marcar no Vélodrome. Isso é dado adquirido desde o apito final da primeira mão destes oitavos-de-final da Liga Europa. O golo de Ben Arfa, na Luz, assim o dita. No entanto, o treinador do Benfica, Jorge Jesus, acredita que o encontro de França vai ter «golos das duas equipas».
Taça da Liga é secundária
Os 98 golos dos encarnados em provas oficiais podem ser motivo de confiança, embora o técnico prefira realçar os resultados. «O Benfica está a fazer um campeonato e uma Liga Europa muito forte, a equipa está extremamente confiante, nesta fase respira saúde por todo o lado e vai fazer um excelente jogo contra uma grande equipa», declarou o técnico, no Vélodrome, em conferência de imprensa.
«Este Marselha foi montado para passar a fase de grupos da Liga dos Campeões, é uma equipa forte, como se viu em Lisboa e estou convencido que o jogo vaio ter golos das duas equipas», considerou Jesus.
Numa análise às aprendizagens do primeiro jogo, o treinador refere que o Marselha «conhecia muto bem o Benfica» e que «os jogadores traziam a lição bem estudada», uma vez que «tacticamente anularam a primeira linha de construção» dos portugueses. «Vamos ver se isso não acontece, porque estamos preparados, houve pormenores tácticos do Marselha que descobrimos», acrescentou.
«Ainda 50-50? Não posso falar do mesmo modo»
Há muita gente de qualidade nas duas equipas. Ambos os lados admitem isso e, nessa medida, há detalhes que podem ser decisivos. «Os pormenores diferem da qualidade dos jogadores, mas também passa por táctica e estratégia», sublinha Jorge Jesus. «A partir do momento em que uma equipa for mais forte nestes dois pontos, penso que isso fará a diferença, para além das inspiração de um jogador de Marselha ou Benfica, que pode alterar qualquer estratégia», analisou.
Questionado por um francês sobre se lamenta alguma coisa da primeira mão, Jesus foi de resposta pronta, com um sorriso: «Lamento, não ter ganho.» Depois, explicou: «Lamento não ter ganho, mas o Marselha teve argumentos para dividir o jogo. Sentimos que depois do jogo ter acabado o podíamos ter vencido, mas sabemos reconhecer argumentos ao Marselha.»
Ora, antes da primeira mão, o técnico dos encarnados admitia que havia 50 por cento de hipóteses de passagem para os dois clubes. Agora, muda o discurso. «Não posso falar da mesma maneira porque o Marselha está em vantagem», disse. «De qualquer forma, isso não implica que não tenhamos a mesma confiança, de que estejamos convictos que vamos fazer golos e, fazendo-os, vamos, certamente, equilibrar a eliminatória», concluiu.
Brandão? Perigoso é o Niang
Já Carlos Martins respondera sobre a qualidade de Brandão, quando Jorge Jesus foi interrogado nesse sentido. O técnico admite que o brasileiro «é bom jogador», mas crê que há melhor: «O Marselha tem uma segunda linha de criação, com Cissé e Lucho, que é muito forte, muito criativa. Falam do Brandão, mas o Niang é que é o goleador. É um jogador muito perigoso, na minha opinião mais perigoso que o Brandão.»