Vários atletas norte-americanos juntaram-se no Twitter num movimento concertado para contestar a proibição de fazerem publicidade aos seus patrocinadores. Em causa está a regra número 40 da Carta Olímpica, que impede os atletas de participarem em quaisquer ações publicitárias que não envolvam os patrocinadores oficiais dos Jogos Olímpicos.

«Sinto-me honrada por ser uma atleta olímpica, mas #exigimosamudança da #regra 40, escreveu Dawn Harper, atual campeã olímpica dos 100m barreiras, num tweet acompanhado por uma imagem de um grupo de atletas norte-americanos numa sala de reuniões.

Sanya Richards-Ross, bicampeã olímpica dos 4x400m, também escreveu uma mensagem no mesmo sentido. Dizem que pretendem ajudar os atletas que não conseguem financiar-se para continuar a praticar desporto ao mais alto nível. «As pessoas veem os Jogos Olímpicos, mas não veem os três ou quatro anos anteriores, em que muitos dos atletas lutam para poder continuar a fazer desporto», diz Richards-Ross à Reuters: «A maioria dos atletas não tem patrocinadores. Muitos têm dois e três empregos para poder fazer isto. Percebemos que o COI está a proteger os seus patrocinadores, mas também queremos ter uma palavra a dizer.»

São 11 os grandes patrocinadores dos Jogos Olímpicos, os únicos com direito a promover as suas marcas no contexto dos Jogos. Contribuem com cerca de 100 milhões de dólares cada em cada ciclo olímpico, escreve a Reuters, que cita de resto um porta-voz do COI, Mark Adams, a responder que a proibição só se aplica a um mês de quatro em quatro anos. Defende que a regra 40 «é a coisa certa a fazer», porque ajuda a suportar os atletas mais carenciados, que dependem diretamente do COI.

Ainda segundo a Reuters, 92 por cento das receitas do COI são para os seus acionistas, que incluem os organizadores , as Federações internacionais e os Comités Olímpicos Nacionais.