A comunidade portuguesa de Genebra é uma realidade estruturante na sociedade suíça. Terá sido a pensar nisso que Majid Pishyar, o iraniano que também detém o Beira Mar, pensou em adequar o Servette, principal clube da cidade, ao contexto onde está inserido.

A língua portuguesa tomou conta do balneário - além de três jogadores lusitanos, há um luso-descendente e dois brasileiros - e, depois da saída do técnico da subida, João Alves, o substituto também fala a língua de Camões.

Zurique estraga estreia de técnico português

João Carlos Pereira chegou no final de Novembro, estreou-se com uma derrota em casa, diante do Zurique, adversário do Sporting na Liga Europa, e ganhou, logo a seguir, no terreno do Lucerna. A equipa está em sexto lugar, num campeonato de 10 equipas, jogado a quatro voltas.

«O nosso objectivo é dar continuidade ao bom trabalho que foi feito e tentar fazer melhor. A estrutura é ambiciosa e o clube tem um determinado percurso histórico. Sente-se há um objectivo, o presidente tem ambição e nós estamos disponíveis para dar o nosso contributo», afirma o técnico.



«É dos maiores desafios da minha carreira. O Servette tem um nome com alguma importância no futebol suíço. Já foi campeão nacional. Acho que é o segundo clube com mais títulos, mas passou por grandes dificuldades e está a ressurgir agora no panorama helvético. É um grande desafio. Eu olho por essa perspectiva», prossegue.

Mais portugueses a caminho?

João Carlos Pereira faz um balanço positivo dos jogadores portugueses que tem no plantel. Há quem tenha jogado mais e quem só agora esteja a aparecer. E há ainda Ishmael Yartey, jovem promessa ganesa que o Benfica também emprestou ao clube.

«São casos díspares. O Roderick tem jogado com mais assiduidade, o Barroca agarrou a oportunidade recentemente e tem-se saído muito bem, aliás, foi determinante no último jogo. O Saleiro esteve lesionado, voltou agora, mas, por questões físicas, tem estado limitado. Todos eles são importantes para a equipa», analisa, deixando uma porta aberta para novos recrutamentos em solo lusitano:

«O Costinha é a pessoa mais indicada para falar disso mas, realmente, há jogadores interessantíssimos e que, temos a certeza, nos ajudariam a tornar a nossa equipa mais forte. É ainda prematuro, porque há atletas com contrato e não sabemos se serão emprestados. Mas não nego que o nosso futebol tem matéria-prima de qualidade.»

Costinha: «Não penso sair do Servette nos próximos anos»

Á distância, o jovem treinador, que também já trabalhou no Chipre, consegue ver aspectos nos quais o nosso futebol poderia apreender com as ligas estrangeiras. Questões de organização ou na forma como «se vende o produto» e se angariam receitas, advoga.

«Os clubes portugueses vivem muito do momento. Sabemos que no futebol é tudo muito vertiginoso e momentâneo mas se houvesse uma intenção de desenhar projectos a médio/longo prazo, mesmo que sofram algumas alterações no percurso, os clubes teriam tudo a ganhar», conclui.

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