Agora que a loja está a encerrar, aqui ficam as minhas notas quase finais sobre jogadores (fora dos quatro grandes) de que gostei, na Liga 2011/12. A ordem pouco interessa. O que realmente importa é assinalar o talento e provocar a discussão (participe, na caixa de comentários).
Sami
O Marítimo teve alguns dos jogadores mais interessantes da prova. Este extremo foi um deles. Valeu cinco golos, duas assistências e a sensação de que merece uma equipa que ataque de forma mais continuada. Aos 23 anos, a próxima época dirá o que vale realmente.
Danilo Dias
Também do Marítimo. Vai estar na luta pelos melhores assistentes até ao fim. Assinou oito golos e nove assistências, jogou sempre. Valia a pena ligar a televisão para o ver, embora tenha chegado ao fim da Liga sem perceber exatamente onde joga. O Marítimo fez 40 golos, ele esteve em 17. É obra.
Wilson Eduardo
Olho para ele e vejo um daqueles jovens avançados de resumo holandês: rápido, tecnicamente evoluído, com bom remate e decisões sólidas. Esteve em pouco menos de metade dos golos do Olhanense. Num clube como o Sporting, Wilson Eduardo merecia pelo menos uma aposta. Rubio é muito menos e já teve muito mais. É pena que isto funcione assim. Na mesma equipa, Salvador Agra acabou a época em grande, mas não consigo achar tanta graça.
Edgar, Buval e Éder
Esta foi a época em que não encontrámos razões de queixa dos avançados das equipas de pequena e média dimensão. Estes nomes provam-no. Ainda houve mais Yazalde do que em épocas anteriores. E Rondon, e Michel. E aquela cabeçada espantosa de Edinho, da Académica, na penúltima jornada. Valeu.
Hugo Vieira
O Gil Vicente teve momentos muito bons. Um belo projeto de Paulo Alves. Gosto sempre quando descubro boas ideias numa equipa. Em Barcelos havia disso. Muito por causa deste avançado, Hugo Vieira, que provou entre os maiores que tem por onde crescer.
Claudemir e Cláudio
Os dois defesas com mais golos na Liga. É certo que ambos batem bolas paradas, mas um e outro foram mais do que isso. Épocas incríveis destes dois jogadores, de Nacional e Gil Vicente. Aproximavam-se da baliza adversária e a bola entrava.
Neto
Com um look de outros tempos, Neto, um produto da escola do Varzim (que saudades da equipa de Miranda, Vata, Lufemba, Rui Barros e do bigode de Zé Maria e Brito), chegou à Madeira e foi muita coisa dele.
Melgarejo
O paraguaio foi uma das estrelas do Paços de Ferreira. Fez golos e sprints letais. Não chego ao final da época convencido de que tem futebol para o Benfica. Aliás, desconfio que não. Mas é bem mais do que um Urreta e ainda não teve um décimo do espaço nas primeiras páginas.
E ainda...
Mais uns que merecem o nome escrito por aqui: Bruno Teles, Roberto Souza, Balboa (sim, esse...), Atsu, Adrien Silva (apesar da equipa), Zhang (o melhor chinês, com seis golos, duas assistências, muitas faltas cometidas, muitos amarelos e dois vermelhos, um tipo único) e o guarda-redes Diego, pelos três penalties defendidos. Mas há mais, sim. O nosso campeonato não é lá essas coisas, mas se olharmos com atenção, a qualidade aparece.
(Falha minha: esqueci-me do Fabiano Freitas. Manteve muitas vezes a equipa ligada à corrente. Grande época do guarda-redes do Olhanense. Obrigado aos leitores.)