João Medeiros, advogado da Benfica SAD, reforçou a ideia de não envolvimento da SAD no caso e-toupeira, esta segunda-feira, no final das audições de Domingos Soares de Oliveira e Ricardo Gaioso, responsáveis daquela entidade, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.

Questionado sobre o envolvimento da SAD das águias no caso e-toupeira, João Medeiros respondeu que «a Benfica SAD não teve qualquer intervenção neste processo», deixando claro que tinham vindo «dar nota disso».

Esta fase do processo arrancou na passada quarta-feira e já permitiu que os arguidos Júlio Loureiro e Paulo Gonçalves prestassem declarações. 

A juíza Ana Peres decidirá, após o termo da fase de instrução, se o processo que envolve a SAD do Benfica seguirá ou não para julgamento, tendo o advogado dos encarnados recusado dar um prognóstico sobre qual achava que será a decisão do triubunal.

«Gostaríamos muito que a Benfica SAD não fosse a julgamento, mas, se for, vamos defender (a entidade) com muita esperança de que vai ser absolvida», declarou.

Domingos Soares de Oliveira e Ricardo Gaioso foram ouvidos no TCIC durante cerca de quatro horas, mas não falaram com a comunicação social, nem à entrada, nem à saída do tribunal,

Recorde-se que o debate instrutório (26 de novembro) e a decisão instrutória serão abertos ao público, ao contrário das restantes sessões de inquirição. 

A acusação do Ministério Público considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios aos dois funcionários judiciais - agora arguidos -, por parte de Paulo Gonçalves.

A troco desses benefícios, defende a acusação, os funcionários prestavam informações sobre processos em segredo de justiça, que envolviam o Benfica e clubes rivais.

A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.

Os representantes da SAD do Benfica consideram a tese do MP infundada e defendem que a acusação não deve seguir para julgamento. 

[atualização de artigo criado originalmente às 15h48]