O Leixões segue para a V eliminatória da Taça de Portugal com naturalidade, à custa do Torreense (4-0). Carlos Brito não facilitou e por aí começa a explicação para o sucesso dos primodivisionários nesta ronda, frente a um adversário em desvantagem numérica ao longo de toda a etapa complementar.
A festa da Taça, expressão vulgarmente utilizada para descrever as surpresas que se sucedem a cada ronda, só é possível mediante uma de duas premissas: o eventual relaxamento do peixe graúdo ou a superação do mais pequeno, da raia miúda por assim dizer. No Estádio do Mar, nada disto aconteceu, prevalecendo a lei do mais forte.
Em oito minutos, o Leixões arrancou os primeiros aplausos fortes da plateia, escassa perante o cartaz pouco apelativo. Aproveitando uma bola perdida, o Paulo Machado encheu o pé e, de fora da área, rematou para o fundo da baliza à guarda de Dário, contando com um ligeiro desvio de Coça.
O Torreense viu-se surpreendido por uma desvantagem precoce mas pouco ou nada fez para nadar contra a maré. A equipa orientada por Rui Esteves, apesar de ocupar a 4ª posição da Série C da II Divisão, apresentou fracos argumentos para contrariar o desequilíbrio natural de forças, mergulhando invariavelmente no caudal ofensivo dos homens da Liga.
Atacando preferencialmente pela direita, com suporte firme na velocidade de Filipe Oliveira e Jorge Gonçalves, o Leixões foi desperdiçando novas oportunidades de golo enquanto esperava pelo despertar do adversário. Pouco depois da primeira meia-hora, Miguel Paixão lá deixou um sinal de inconformismo do Torreense, mas não houve tempo para ir muito além das promessas.
Serginho, o lateral esquerdo que foi martirizado ao longo da etapa inicial, regressou mais cedo aos balneários e condicionou, ainda mais, as aspirações da sua equipa. O jogador forasteiro viu dois amarelos por igual número de intervenções com o braço e, após singelos 47 minutos, desequilibrou definitivamente os pratos da balança.
Ao longo da etapa complementar, e tal como vinha acontecendo na primeira metade do encontro, o Leixões limitou-se a cumprir exercícios de coordenação ofensiva, perante uma oposição louvável mas insuficiente para colocar em causa o esperado triunfo dos homens do Mar.
Diogo Valente, elemento que procura recuperar o tempo perdido após um arranque de época marcado por problemas físicos, festejou como poucos o seu golo, obtido após nova incursão de Filipe Oliveira pelo flanco direito. Roberto também comemorou o seu tento de ordem, cabendo a Ezequias a responsabilidade de fechar as contas gordas do dia. Pouco antes, a entrada de Caramba arrancara os maiores sorrisos das bancadas. Há alcunhas geniais.
FICHA DO JOGO
Estádio do Mar (Matosinhos)
Árbitro: Cosme Machado (A.F. Braga)
Assistentes: Nuno Manso e António Vilaça
LEIXÕES (4x3x3): Beto; Filipe Oliveira, Joel (Nuno Diogo, 38m), Élvis (Livramento, 63m) e Ezequias; Paulo Machado, Bruno China e Hugo Morais; Vieirinha, Roberto e Jorge Gonçalves (Diogo Valente, 56m).
Suplentes não utilizados: Jorge Baptista, Nwoko, Jorge Duarte e Tales.
Treinador: Carlos Brito
TORREENSE (4x3x3): Dário; Lionn, André Santos, João Afonso e Serginho; Paulinho (Caramba, 77m), Paulo Vítor (Alverca, 65m) e Coça; Miguel Paixão, Catarino e Eli (Fábio Vicente, 24m)
Suplentes não utilizados: Petrony, Janu, Moleiro e Passos.
Treinador: Rui Esteves
Ao intervalo: 1-0
Golos: Paulo Machado (8m), Diogo Valente (60m), Roberto (69m), Ezequias (80m)
Disciplina: cartão amarelo para Joel (36m), Serginho (39m e 47m), Élvis (45m), Lionn (67m). Cartão vermelho para Serginho (47m)
Resultado final: 4-0