O Leverkusen atravessa um
período de menor fulgor, embora seja exagerado falar em crise. A equipa orientada pela dupla Lewandowski/Hyypia só venceu um dos quatro jogos disputados após a pausa de inverno, e sofreu, inclusive, a primeira derrota caseira da época, frente ao Dortmund.
Embora já não faça sentido olhar para uma equipa alemã como «gigantes loiros», como antigamente, o Leverkusen tem mais traços desse perfil do que Bayern ou Dortmund.
É uma equipa alicerçada no
poder físico, muito forte nos duelos individuais. Ganham quase todas as
«segundas bolas» e reagem bem à perda de bola, recuperando-a muitas vezes quase de seguida. Um tipo de jogo muito intenso, que desgasta os adversários.
Da coesão à explosão
O adversário do Benfica joga habitualmente em 4x3x3, e tem um onze estabilizado (Leno; Carvajal, Wollscheid, Toprak, Boenisch; Bender, Reinartz, Rolfes; Castro, Kiessling, Schurrle). É uma equipa que parte da coesão para a explosão: fica confortável na expectativa, explorar depois o contra-ataque em «avalanche».
Em situação defensiva, os extremos fecham junto do trio de meio-campo, formando uma linha de cinco muito difícil de ultrapassar. Mais do que juntar muros, o Leverkusen preocupa-se em
fechar linhas de passe, como um jogo de xadrez. E sempre com muita gente na zona da bola [imagem A].
A primeira linha defensiva poupa muitos apuros ao setor mais recuado. Wollscheid e Toprak, os habituais centrais, ressentem-se quando a equipa tem de trocar a coesão pelo risco. Carvajal, lateral direito espanhol, dá muita dinâmica ofensiva ao lado direito, o que também provoca desgaste (um pouco à imagem de Maxi). O lado esquerdo tem sido de Boenish, contratado em novembro por força da lesão grave de Kadlec. O polaco fecha bem junto dos centrais, mas é algo duro de rins. No ataque aparece sobretudo na segunda vaga, e cruza bem.
O tridente Bender-Reinartz-Rolfes acaba por ser mais importante na cobertura defensiva do que no apoio ofensivo. São jogadores de equilíbrio, não de rutura. Bender e Rolfes caem bastante nas alas (sobretudo o primeiro), deixando algo desprotegido Reinartz, um jogador possante, que também joga na defesa, mas que, dado o perfil do meio-campo, nem sempre consegue fixar-se à frente dos centrais. E quando aparece um adversário solto nessa zona nota-se alguma tendência para que um dos centrais ataque a bola, criando um espaço na retaguarda que pode ser aproveitado.
Kiessling no centro de tudo
O Leverkusen tem
dificuldades para assumir o jogo, pois nenhum médio tem perfil para pegar na «batuta».
O plano A é procurar Kiessling, a estrela da equipa (16 golos), que concilia uma excelente poder físico com capacidade técnica bem razoável. Segura bem a bola na frente, procurando depois servir Castro e Schurrle, que jogam bem perto do ponta de lança, e não abertos, de forma a receber as bolas de Kiessling [imagem B]. É um tridente muito forte a atacar a baliza, sem hesitações (Castro e Schurrle têm oito golos cada). Sam (5 golos) é sobretudo «arma secreta», mas também pode ser titular, caso seja preciso recuar Castro (Hegeler é a outra alternativa para o setor intermédio).
O Benfica deve ter também
muito cuidado com as bolas paradas, já que 12 dos 58 golos do Leverkusen surgiram dessa forma (sem penalties!). Os cantos e livres laterais cobrados por Castro são muito perigosos, dado o poder aéreo de jogadores como Wollscheid (3 golos), Reinartaz (2), Boenish (1) ou até o habitualmente suplente Friedrich (2), para além de Kiessling e Schurrle. Aparecem seis jogadores na área contrária, nos cantos, sendo que apenas Rolfes não ataca a bola, colocando-se para lá do 2º poste, à espera de uma sobra [imagem C].
Já na vertente defensiva, e embora tenha sofrido dois golos de bola parada nesse aspeto, o Leverkusen costuma ser sólido (dez golos sofridos, mas incluindo quatro penalties e dois livres diretos).
Benfica
12 fev 2013, 10:14
Leverkusen: pragmatismo físico (análise)
Adversário do Benfica prefere jogar em transição, ou apostando em futebol direto para Kiessling.
Adversário do Benfica prefere jogar em transição, ou apostando em futebol direto para Kiessling.
VÍDEO MAIS VISTO
NOTÍCIAS MAIS LIDAS