Tudo começou às 21:30 horas, mais coisa menos coisa, de sexta-feira. António Neiva não viu uma bola dentro da baliza no Sporting-U. Leiria e foi como se uma onda de choque percorresse o país.
No final da manhã seguinte, na única declaração sobre o lance, o auxiliar explicou ao Maisfutebol que não tinha visto o golo, a bola passar a linha, ir ao encontro de um Ricardo sentado quase no fundo da baliza. Nem as imagens na televisão, pelo menos por essa altura, quando acabava de chegar a casa.
No resto do sábado procuraram-se explicações, falou-se de chips, comentaram-se as declarações dos restantes figurantes (Neiva ocupava quase todo o palco...) e recordaram-se estórias semelhantes, em estádios diferentes.
No dia seguinte, domingo, foi pior. Mas apenas porque os casos se multiplicaram. Na Luz e em Paços de Ferreira, mais foras-de-jogo mal julgados, faltas, «penalties», livres forçados, enfim, todo um cardápio de erros, dos mais óbvios aos mais discutíveis.
Esta segunda-feira a discussão prolongou-se, um pouco por todo o lado. O número de comentários no Maisfutebol é um sinal disso mesmo. E houve mais declarações, de Paulo Bento, treinador do Sporting, pela manhã. De Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto, umas horas depois.
Tudo terminou (?) esta segunda-feira à noite, um pouco mais de 72 horas depois de Neiva, o auxiliar pasteleiro, ter esfregado o olho. Luís Guilherme, o líder dos árbitros, falou em falta de concentração.
Esta terça-feira o Conselho de Arbitragem reúne-se, o presidente do Benfica vai estar numa conferência de imprensa. Ou seja, a discussão, ou lá o que é, ameaça continuar. Se gosta de contar casos, esteja à vontade. Aí fica tudo o que de mais importante se disse na jornada mais negra da arbitragem portuguesa, época 2005/06.
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