«Não me lembro de um jogo em que José Mota não se tenha queixado» (Paulo Fonseca, treinador do F.C. Porto)

Um, Paulo Fonseca, tem 40 anos. O outro, José Mota, 49. Em comum, além da profissão de treinador e de passagens marcantes pelo Paços de Ferreira, têm muito pouco. Paulo Fonseca vai para a sétima temporada como técnico de uma equipa sénior e, recém-chegado a um grande, continua a cultivar a imagem cuidada, além de uma pose descontraída nos contactos com a Comunicação Social. Mota, que vai para a 15ª como técnico principal, não se preocupa muito com a imagem e com o discurso e orgulha-se de uma carreira a pulso.

Terá sido esse ingrediente a fazê-lo reagir de forma veemente à crítica de Paulo Fonseca, feita com um sorriso, minutos antes. Depois de um jogo em que os adeptos do V. Setúbal se mostravam indignados com a arbitragem de João Capela, Mota aceitou o desafio e respondeu à letra, acusando o seu adversário de falta de humildade: «A época passada jogámos três vezes com o FC Porto e o primeiro golo deles surgiu sempre de penalty. Hoje a mesma coisa. O José Mota queixa-se muito porque tudo o que conseguiu foi com trabalho. O que ele [Paulo Fonseca] conseguiu é pouco ainda. Se ele não tem respeito pelos outros treinadores, ele lá sabe. Quando estava noutros clubes tinha reações diferentes», concluiu.

Por outras palavras: cenas da luta de classes também nas salas de imprensa da Liga...