Quem o diz é o próprio Pep Guardiola: «A qualidade está lá. Quando analisamos o jogo do Arsenal na primeira mão vemos a qualidade de Cazorla, vemos o que aconteceu até Ozil ter falhado o pénalti, o que aconteceu nos primeiros oito minutos. Foram os únicos oito minutos esta época em que um adversário conseguiu ser melhor do que nós».

Ou seja, Arsene Wenger estudou bem a lição, conseguiu perceber como suplantar o Bayern Munique, mas a defesa de Manuel Neuer travou a história desta eliminatória. O feito dos ingleses viria a transformar-se num pesadelo, que parece ter afetado muito o médio ex-Real Madrid, que na Alemanha esteve muito abaixo do que é normal, foi substituído ao intervalo por Rosicky e sabe-se entretanto que vai estar parado durante algumas semanas devido a lesão.

Antes do início do jogo ainda trocou cumprimentos com Jerome Boateng, seu colega na Seleção, enquanto Wenger olhava desconfiado.


O técnico espanhol sabe que a eliminatória foi decidida na primeira mão, não só porque Ozil falhou, mas porque os alemães ainda marcaram dois golos e em casa apenas tiveram de gerir a vantagem: «Após o 1-1 tivemos alguns problemas durante 15 minutos, mas não muito graves. Depois do 0-2 em Londres não queríamos sofrer nenhum contra-ataque, só controlar o jogo».

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Ainda assim Guardiola arranja tempo para elogiar Wenger. «É um treinador com muita experiência, está no clube há muito tempo e sabe tudo sobre os seus jogadores. O Arsenal tem estado sempre na Liga dos Campeões, sistematicamente está presente nos últimos 16 e sempre que enfrentamos uma equipa assim é complicado, ainda por cima quando esta época contrataram bons jogadores para o meio campo. Para além disso, trabalha muito bem com os jovens e eles estão sempre melhor. É um dos melhores treinadores do mundo».

Curiosa é a última frase do treinador espanhol, que vai buscar uma espécie de desculpa para as falhas sucessivas no Arsenal: «Construíram um novo estádio. Não é fácil, é muito caro. Também venderam os seus melhores jogadores ao Barcelona, a outro clube».

O teatro de Robben e os títulos a fugirem

Por falar em desculpas, o técnico inglês replicou com fortes acusações a Arjen Robben, que considera um «bom mergulhador». Em causa a grande penalidade que surgiu já no final do jogo de Munique, em que o holandês foi derrubado por Koscielny. «Robben é muito bom a tirar o máximo de nada. É um grande jogador, mas também um bom mergulhador. Ele passa pelo adversário, depois abranda à espera da falta», acusou o francês.

Com mais ou menos queixas o Bayern mantém o seu ritmo de conquista, tendo somado o 12º jogo sem perder. Curiosamente os últimos jogos em que a equipa de Munique não conseguiu vencer foi neste jogo com o Arsenal e quando foi derrotado pelo Manchester City em casa (a 10 de dezembro). Os ingleses, por seu lado, ficam fora dos quartos-de-final pelo quarto ano consecutivo e nos últimos seis jogos só venceram dois, enfrentando dificuldades na Premier League, com o Chelsea cada vez mais isolado na frente.

Ryo Miyaichi: Wenger levou-o para Munique... sem estar inscrito
Seguem-se dois dérbis londrinos, primeiro com o Tottenham e depois com o Chelsea. Como diz Ramsey, a única forma de reagir é olhar com confiança para o próximo jogo, mas a verdade é que o Arsenal continua afastado dos títulos.
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LC: Bayern-Arsenal, 1-1 (crónica)