O dérbi da Madonnina resultou num verdadeiro pesadelo para o Milan que entrou no jogo a dormir e, quando deu por la, já perdia por 2-0 aos onze minutos. Um descalabro que podia até ter sido mais grave, pelo tempo que a equipa de Stefano Pioli demorou a entrar no jogo. Os rossoneri ainda conseguiram equilibrar o jogo, mas já não conseguiram reduzir a diferença que deixa a equipa de Simone Inzaghi mais perto da final de Istambul. Só um eventual regresso do melhor Rafael Leão poderá fazer o Milan voltar a sonhar.

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A constituição das equipas, mesmo com Rafael Leão nas bancadas, e os primeiros instantes da partida, com uma acentuada disputa pela bola, apontavam para um jogo equilibrado, um duelo tático, de muita luta e abnegação, mas, acima de tudo equilibrado, mas não foi nada disso que aconteceu. O campo inclinou-se subitamente para a baliza de Maignan e o Milan passou por uma meia-hora de autêntico terror.

Um descalabro que começa, aos 8 minutos, num pontapé de canto de Çalhanoglou, da esquerda, com Dzeko a impor-se nas costas de Calabria e a disparar de primeira para as redes de Maignan. Estava aberto o marcador. Podia ter sido apenas uma desconcentração num lance de bola parada, mas os minutos seguintes mostraram que era muito mais do que isso. O Milan tentou reagir de pronto, subiu as suas linhas e…sofreu o segundo golo.

Três minutos depois do primeiro golo, o Inter voltou a festejar numa transição rápida, com Dimarco a fugir pela esquerda e a cruzar para o remate imparável de Mkhitaryan. O Milan estava definitivamente de cabeça perdida, Stefan Pioli pedia calma aos seus jogadores, mas o meio-campo era totalmente dos nerazzurri que, com Mkhitaryan, Çalhanoglou e Barella, continuavam a mandar completamente no jogo, com mais bola e um futebol muito objetivo, com a bola a entrar facilmente nos experientes Dzeko e Lautaro. Em três ou quatro toques, a equipa de Inzaghi chegava à área e criava uma nova oportunidade.

Três minutos depois do segundo golo, o terceiro não aconteceu por pura sorte. Çalhanoglou, na zona central, atirou com estrondo ao poste e, ainda com a baliza a abanar, Mkhitaryan rematou para defesa de Maignan. Ainda no mesmo lance, Barella atirou ao lado. O Milan estava completamente aos papéis e, pelo meio deste vendaval, perdeu ainda Bennacer que saiu lesionado e cedeu o lugar a Messias Junior.

O Inter continuava a ganhar todas as bolas, a criar perigo cada vez que subia no terreno e, à passagem da meia-hora, o árbitro chegou mesmo a assinalar um penálti de Kjaer sobre Lautaro. Seria a estocada final, mas o árbitro foi rever as imagens e acabou por mudar a decisão, uma vez que o dinamarquês não chega a tocar no argentino.

Um lance que permitiu ao Milan, finalmente, respirar e assentar o seu jogo. Até ao intervalo, os rossoneri, com Giroud demasiado desamparado, não fizeram um único remate, mas conseguiram definitivamente controlar melhor o adversário.

Milan melhora, Inter controla

A segunda parte voltou a começar de forma frenética, com o Milan à procura de um golo que lhe permitisse reentrar, pelo menos, na discussão da eliminatória. Brahim Díaz, agora no corredor central, atirou a rasar o poste, logo a seguir Giroud atirou cruzado, também perto do ferro, e Messias Junior também tentou a sua sorte de longe. Isto tudo logo nos primeiros cinco minutos.

O Inter tinha regressado mais na expetativa, mas na primeira vez que subiu, numa espetacular investida de Bastoni, da esquerda para o centro, Dzeko quase bisou no jogo. O Milan estava bem melhor no jogo e Tonali, servido por Brahim Díaz, também acertou em cheio no poste.

Pelo meio um lance grave que passou despercebido ao árbitro e ao VAR, quando, na sequência de um canto, Krunic atingiu Bastoni com um soco no estômago.

Rafael Leão e Zlatan Ibrahimovic desesperavam nas bancadas, mas o jogo voltou a cair numa toada morna, com as muitas alterações promovidas pelos dois treinadores. O Inter voltou a ter mais bola, diante de um Milan que parecia cada vez mais desgastado. A intensidade nos minutos iniciais das duas partes acabou por fazer mossa.

O Inter parte, assim, para o segundo jogo, em que será anfitrião, em vantagem e, recordamos, que isso foi suficiente para deixar pelo caminho o FC Porto e o Benfica nas eliminatórias anteriores.