Que jogo! Que noite! Que loucura!

Bayern Munique e Juventus proporcionaram uma eliminatória cheia de reviravoltas e incerteza, que só acabou no prolongamento do segundo jogo, depois de mais de três horas de pura emoção. No final sorriu o Bayern, mas também podia ter sido ao contrário.

Durante muito tempo, aliás, a Juventus foi melhor. Por isso marcou dois golos na primeira meia hora, que a colocaram em excelente posição para seguir em frente.

O resultado até era lisonjeiro para um Bayern que teve muita bola, muito controlo do jogo, mas poucos remates e muito raras oportunidades de golo.

Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto

A Juventus controlou sempre a partida sem bola, aproximando as linhas numa posição recuada e com isso formando uma barreira que os alemães não conseguiam transpor. Depois disso, e em contra-ataques muito rápidos, lançava o pânico na baliza adversária.

A estratégia de Allegri era de resto muito clara. Apesar de na teoria Alex Sandro surgir como extremo, à frente de Evra, na prática era um lateral que fechava o flanco, tendo o francês numa posição mais central, como uma espécie de terceiro central.

Ora com Alex Sandro a fechar à esquerda e Lichtsteiner a fechar à direita, a Juventus tapava as alas e obrigava o Bayern a jogar pelo centro, onde os três centrais (Barzagli, Bonucci e Evra) e os três médios defensivos (Khedira, Hernanes e Pogba) tornavam impossível qualquer ambição de furar pelo centro.

Depois, e através de saídas rápidas, a Juventus tentava chegar ao golo.

A estratégia era esta e era boa, mas a partir dos cinco minutos tornou-se perfeita: foi nessa altura que Neuer se desentendeu com Alaba e permitiu a Cuadrado provocar o golo de Pobga. Um golo que colocou a Juventus na frente do jogo, e da eliminatória.

A partir daí a equipa italiana pôde sentir-se mais confortável no papel de controlar o jogo sem bola, já que competia ao Bayern Munique dar a volta ao resultado adverso.

Ora com as linhas recuadas e muito juntas, ao que somou velocidade nas transições, a Juventus fez ainda na primeira parte o segundo golo, num grande contra-ataque de Morata finalizado por Cuadrado, fez o terceiro golo mal anulado a Morata pelo árbitro e desperdiçou uma excelente ocasião pelo mesmo Cuadrado, na cara de Manuel Neuer.

O Bayern praticamente só teve bola: não criou perigo.

A segunda parte não mudou muito os dados e a Juventus teve três ocasiões para marcar antes da hora de jogo, todas por Morata: primeiro rematou à figura de Neuer, depois atirou por cima e por fim cabeceou para nova defesa do guarda-redes do Bayern Munique.

Entre os 60 e os 70 minutos, porém, tudo mudou. Começou a mudar quando Guardiola trocou Xabi Alonso por Coman: o francês de 19 anos foi sempre um perigo. Pouco depois Allegri substituiu Morata por Mandzukic e a Juventus não mais saiu para ao ataque.

Logo a seguir Douglas Costa (o melhor do Bayern) cruzou para Lewandowski reduzir, o que atirou ainda mais o Bayern para a frente, até Muller finalizar também de cabeça um cruzamento de Coman e empatar a eliminatória.

A Juventus esteve a segundos de eliminar o Bayern, mas não aguentou a pressão.

No prolongamento, o Bayern manteve a posse de bola e o ataque à baliza adversária, até que Thiago Alcântara deu a volta ao resultado com o terceiro, antes de Coman fechar o resultado num golaço, após um contra-ataque muito rápido.

No final, portanto, o Bayern seguiu em frente, no fim de uma eliminatória louca, na qual a Juventus fez quatro golos seguidos, antes dos bávaros fazerem também quatro golos de rajada para o apuramento para a próxima eliminatória.

No fim, valeu muito a pena. Obrigado.