20 de maio de 1998, Arena de Amesterdão: um golo de Pedrag Mijatovic, aos 67 minutos, leva o Real Madrid à conquista da sua primeira Liga dos Campões, na versão atual (sétima, considerando as seis Taças dos Campeões Europeus alcançadas nas décadas de 50 e 60), voltando ao topo da Europa três décadas depois. A Juventus perde a segunda final consecutiva, depois de em 1995/96 ter vencido também a sua primeira Champions (a segunda, contado com a Taça dos Campeões de 1984/85).

Zinedine Zidane está então do lado dos bianconeri; é «o» médio do momento no futebol europeu, de tal modo que um mês e meio depois leva a seleção francesa, anfitriã, à conquista do seu único título mundial.

3 de junho de 2017, Millennium Stadium, Cardiff: passaram 19 anos e Zidane há muito que trocou Turim por Madrid, onde enquanto jogador brilhou intensamente como «galáctico» (entre 2001 e 2006). Agora, como treinador dos merengues o francês vai tentar levar o Real à conquista de uma Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva, um feito inédito no futebol europeu.

61 jogos sempre a marcar

Como esperado, após a Juve ter ultrapassado o Mónaco na véspera, o Real, apesar de perdeu o último dérbi de Madrid no Vicente Calderón, acabou por eliminar o rival Atlético… pela quarta vez consecutiva na Liga dos Campeões: venceu os colchoneros nas finais de 2014 e 2016 e nos quartos de final em 2015, ultrapassando agora pela quarta vez consecutiva o mesmo adversário, algo que jamais havia acontecido na Liga dos Campeões.

Real Madrid perdeu no Calderón por 2-1, mas venceu a eliminatória (4-2)

Não foi o único recorde histórico do Real da noite de quarta-feira, que graças a um golo de Isco (que arrumou em definitivo a eliminatória, depois do hat-trick de Cristiano Ronaldo na primeira mão) marcou pelo 61.º jogo oficial consecutivo, igualando um recorde do Bayern de Munique (alcançado a 1 abril de 2014, sob o comando de Pep Guardiola).

Dentro de três semanas, em Cardiff, o Real Madrid terá um feito bem maior pela frente.

Desde que foi criada em 1992/93 a Liga dos Campeões, seis outros clubes marcaram presença de forma consecutiva na final da Champions: Milan, Ajax, Juventus, Valência, Manchester United e Bayern. Nenhum, porém, chegou a conquistar por duas vezes consecutivas a Champions.

Considerando também toda a história da Taça dos Campeões Europeus, há que desde logo destacar o Real Madrid não só como clube que mais venceu a competição (11 títulos), mas também como o que conseguiu mais troféus consecutivos, cinco, nas primeiras edições da prova, entre 1955 e 1960, nos tempos de Alfredo Di Stéfano.

Ajax (1970 a 1973) e Bayern (1973 a 1976) venceram por três vezes consecutivas na década de 1970 e outros cinco clubes conseguiram o bicampeonato europeu: Benfica (1960 a 62), Inter (1963 a 1965), Liverpool (1976 a 1978), Nottingham Forest (1978 a 1980) e Milan (1988 a 1990).

Desta vez, Juve e Real chegam à sexta final da principal prova europeia de clubes, igualando as seis presenças do Milan.

Apesar de os espanhóis serem o clube com mais sucesso na grande prova da UEFA (15.ª final e 11 títulos) e a Juventus ser o vencedor com pior aproveitamento em finais (venceu duas em oito finais, um aproveitamento de 25 por cento, inferior aos 28,5 por cento do Benfica, que venceu duas em sete), os confrontos entre Real Madrid e Juventus têm um um traço comum: equilíbrio: oito vitórias para cada lado e dois empates.

Real caiu nas meias-finais, em 2015/16, no último duelo com a Juventus

A última vez que as duas equipas se defrontaram foi nas meias-finais da Champions de 2015/16 e aí foi a Juve a levar a melhor, ao empatar 1-1 em Madrid, segurando uma vantagem de 2-1 em Turim.

Em Cardiff como será?