A UEFA está mesmo a estudar a «evolução das competições de seleções» a partir de 2018. E uma das hipóteses sobre a mesa é uma Liga das Nações, uma competição alternativa nas datas que não são de jogos oficiais. O assunto, confirmou o Maisfutebol, já foi debatido aquando do último Comité Executivo do organismo.

A informação foi avançada na Noruega, pelo jornal «Dagbladet», que citava o presidente da Federação do país. Yngve Hallen explicava que estava em estudo esta hipótese de uma segunda competição, nos intervalos das qualificações. A ideia seria dar mais interesse aos jogos nas datas normalmente reservadas a particulares e surge numa altura em que a fase final do Campeonato da Europa foi alargada para 24 equipas, o que corre o risco de tirar interesse às fases de apuramento, que deixarão menos gente pelo caminho.

A UEFA confirmou ao Maisfutebol que está sobre a mesa uma análise às competições internacionais, sem no entanto dar pormenores sobre quais as propostas concretas. Este tema já foi aliás debatido na reunião do Comité Executivo que decorreu no final de setembro em Dubrovnik, na Croácia. O objetivo é revitalizar os jogos de seleções, e o assunto começou por ser apresentado numa reunião do Top Executive Programme (TEP) da UEFA, onde estiveram presidentes ou secretários-gerais das 54 federações que integram o organismo,.

A informação oficial da UEFA, saída do Comité Executivo, é de que essa «reunião de estratégia do TEP se focou em assuntos desportivos e que o principal item discutido foi a evolução das competições de seleções para lá de 2018». «Qualquer revisão proposta permanecerá dentro da estrutura do já existente calendário internacional e respeitará o princípio da unidade entre todas as federações», diz ainda a UEFA. O Comité Executivo concluiu de resto que «é necessária melhor análise do desenvolvimento futuro das competições seniores de futebol».

Voltando à tal Liga das Nações, o presidente da Federação norueguesa explica-a assim: «É claro que é difícil os particulares terem interesse. Para 2020 estudou-se a possibilidade de combinar as qualificações tradicionais com este formato de liga, em vez dos amigáveis, para aumentar o interesse», explicou Hallen, acrescentando, tal como explicitou o Comité Executivo da UEFA, que isto não iria acrescentar quaisquer datas às já existentes.

Também é uma nova fonte de receitas. A ideia, diz ainda o dirigente, seria a UEFA centralizar os direitos televisivos e dividir o bolo pelas 54 seleções, à semelhança do que faz com a Liga dos Campeões: «O sucesso da Liga dos Campeões já inspirou a Liga Europa. Isso é o que estão a ver em relação à Liga das Nações, como pode afinar o mercado.»

Vem da Suécia outra voz a falar do tema, mas neste caso em tom menos definitivo. Karl-Erik Nilsson, o presidente da federação sueca, confirma que na tal reunião do TEP este foi um dos cenários apresentado, mas fala em duas versões de formato. Um deles seria agrupar os países por proximidade de ranking, o equivalente a divisões, outro por proximidade geográfica. 

«Todos os 54 membros estavam na Croácia e a ideia foi apresentada na perspectiva de «Vale a pena olhar para isto?» E o sentimento geral foi: «Vamos olhar, mas não pode ter impacto nos jogos de qualificação», diz o dirigente sueco.