O sonho arsenalista não estava assente nas nuvens, mas bastou soprar para se desfazer. À entrada para esta segunda mão, os arsenalistas precisavam de marcar dois golos frente ao Shakhtar Donetsk para empatar a eliminatória. Não era tarefa fácil, mas estava longe de ser impossível. Mas tornou-se impossível e 90 por cento da responsabilidade é do próprio Sp. Braga.

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O Shakhtar Donetsk entrou em jogo com a mesma postura com que o fez em Braga, há uma semana, dando aos arsenalistas o espaço para terem a iniciativa do jogo. E o Sp. Braga não entrou mal. Josué ia furando pelo meio campo e chegando até à área. Djavan, com arrancadas, também ia lá chegando, mas depois faltava alguém para aproveitar e finalizar.

Aos 15 minutos, Hassan foi travado na área do Shakhtar por Kucher, mas o árbitro não assinala grande penalidade. Pelas imagens televisivas pôde ver-se que claramente o defesa do Shakthar não toca a bola, mas a decisão do árbitro estava tomada.

O Sp. Braga lá ia encontrando o caminho para levar a bola para a frente. Mas atrás, a defesa, era um castelo de cartas. E a primeira peça a cair foi Goiano, aos 25 minutos. O defesa escorrega e deixa passar Kovalenko. Matheus sai e trava o adversário em falta. Desta vez, o árbitro assinala grande penalidade.

Chamado a converter, o experiente Srna, não falha. Matheus ainda advinha o lado, e fica a poucos centímetros da bola, mas não impede o golo. Estavam passados apenas 25 minutos de jogo e o Sp. Braga continuava a precisar dos mesmos dois golos para empatar a eliminatória, mas o jogo estava decidido.

A confiança arsenalista esvaiu-se, como ar de um balão furado, e os erros sucederam-se - até do treinador, que demorou demasiado tempo a mexer numa equipa que precisava de um abanão. O Shakhtar continuou num ritmo morno - nem precisava de mais -, mas os jogadores do Sp. Braga pareciam ver gigantes onde havia apenas moinhos.

Aos 42 minutos, começou a via crucis de Ricardo Ferreira. Kovalenko a cruzar para a área, a defesa fica toda a ver a bola passar, Ferreyra tenta o remate, mas a bola bate em Ricardo Ferreira e entra. Estava feito o 2-0 e este não foi o pior momento da noite de Ricardo Ferreira.

Passou o intervalo, chegou a segunda parte, e o Sp. Braga continuava sem conseguir criar perigo e a tremer cada vez que a bola se aproximava da sua área. O 3-0 chegou aos 50 minutos e não foi surpresa para ninguém. Cruzamento de Srna para a área e Kovalenko a rematar. Matheus ainda toca, mas não evita o golo.

Já não havia esperança nenhuma para o Sp. Braga e mal havia sinal de vida da equipa arsenalista. Rafa, Josué e Djavan ainda tentavam, a espaços, criar perigo, mas nada que a defesa adversária não tivesse conseguido resolver.

E aos 73 minutos, a machadada final. Ricardo Ferreira, outra vez, a fazer um autogolo. Excelente cruzamento de Marlos, Taison aparece na área e Ricardo Ferreira, ao tentar cortar, volta a colocar a bola na própria baliza.

O Shakhtar Donetsk segue para as meias finais, deixando os arsenalistas pelo caminho. Um jogo de pouca sorte para o Sp. Braga, mas, acima de tudo, a mostrar que a equipa, se tivesse encarado o golo com mais maturidade, poderia ter sonhado/conseguido muito mais.