Custódio, antigo médio do Sp. Braga, recordou a «campanha fantástica» dos minhotos na Liga Europa de 2010/2011 que terminou com a final diante do FC Porto, em Dublin, e considerou «ingrato» o resultado da primeira mão dos quartos de final frente ao Shakhtar Donetsk (1-2). O médio pede agora à equipa de Paulo Fonseca para não desistir e acreditar que é possível dar a volta esta quinta-feira na Ucrânia.

Em conversa com a agência Lusa, Custódio começou por recordar a sua temporada de estreia nos bracarenses, coroada com uma final europeia. «Foi uma campanha fantástica, foi um trabalho fantástico, de uma equipa onde toda gente esteve perfeita. Tínhamos uma belíssima equipa, um grande grupo e colhemos os frutos de todo esse ambiente, trabalho e qualidade, que existia no Braga e ainda existe neste momento, se calhar até com melhores soluções», referiu.

Custódio foi decisivo na caminhada até à final da Liga Europa, uma vez que na segunda mão das meias-finais, frente ao Benfica, marcou o golo que carimbou a qualificação do Sp. Braga, num lance que não esquece. «Foi um canto na nossa esquerda, batido pelo Hugo Viana no sentido contrário, e eu apareci na zona do penálti a fazer o golo. O Viana era exímio na cobrança desses lances. Ao longo do ano, fazia muitas assistências e mais uma vez isso aconteceu. Era uma situação que treinávamos bastante», descreveu.

Após eliminar o Benfica, o Braga, na altura comandado por Domingos Paciência, defrontou o FC Porto na final, mas aí a vitória foi para os «azuis e brancos». «Foi outro grande jogo, muito equilibrada, em que o FC Porto tinha uma equipa fantástica, das melhores dos últimos anos, difícil de bater, mas foi uma belíssima festa. Pena não termos triunfado, mas penso que a campanha não sai beliscada por isso. Foi uma campanha fantástica e histórica», vincou.

Agora, e apesar de estar a jogar na Turquia, Custódio está atento às prestações da equipa de Paulo Fonseca e considera «ingrato» o resultado no primeiro jogo frente ao Shakhtar (1-2). «Está mais difícil. O jogo da primeira mão foi um bocado ingrato, o Braga foi controlador, dominador e a estatística prova isso. Podia ter feito mais golos e acabou por ser um bocado penalizado por algumas desconcentrações que com estas equipas se pagam caro. Penso que o Braga fez um bom jogo, positivo e tentou fazer golos e ganhar», sublinhou.

Apesar de estar em desvantagem, Custódio considera que o Sp. Braga «tem de acreditar» que pode virar o resultado. «Mesmo sabendo que está difícil e que o Braga precisa de fazer golos na Ucrânia, penso que tem de se acreditar e que não faz sentido ser de outra forma nesta fase da competição. O Braga já provou que é uma grande equipa e, estando nesta fase, não faz sentido desistir depois de um resultado negativo, mesmo que o próximo jogo seja fora de casa, pois a este nível tudo é possível», disse.

Custódio explicou que, para vencer, os bracarenses têm de aproveitar o «espaço» e os «contra-ataques». «Tenho quase a certeza que, na Ucrânia, o Braga não vai ter tanta bola e, tendo jogadores como o Rafa e o Pedro Santos, que ajudam a equipa a subir no terreno, têm de aproveitar os contra-ataques e o espaço que terão, sabendo que têm de estar sempre equilibrados, pois não adianta deitar tudo a perder com um balanceamento muito grande», concluiu.

O Segundo jogo com o Shakhtar Donetsk, que vai decorrer em Lviv, na Ucrânia, está marcado para as 20h05 [hora portuguesa] desta quinta-feira.