A confiança virou desilusão e o afastamento com estrondo da Liga Europa valeu os primeiros lenços brancos a Armando Evangelista. O V. Guimarães caiu aos pés do Atach, estreante nas andanças europeias, perdendo por quatro bolas a uma em pleno D. Afonso Henriques. A equipa vimaranense perdeu o norte, não conseguiu responder à organização austríaca e acabou reduzida a dez unidades.
 
Na estreia como técnico principal no banco do D. Afonso Henriques, Armando Evangelista operou uma pequena revolução no onze do V. Guimarães, comparativamente com o jogo da 1ª mão. Pedro Correia jogou no lugar de Arrondel, enquanto que no ataque Henrique Dourado e Licá alinharam em vez de Tomané e Valente. No meio campo, Tozé ganhou um lugar na equipa depois de apontar o golo da turma minhota em Innsbruck.
 
Por sua vez, o treinador austríaco fez apenas uma alteração. Aigner ficou-se pelo banco de suplentes, dando o seu lugar a Jager.
 
Tal como mandava o figurino, e como Armando Evangelista havia apelado antes do encontro, o V. Guimarães apresentou-se em campo mandão e a assumir as despesas do jogo. Contudo, o musculado Altach ia tendo arcaboiço suficiente para manter a equipa portuguesa longe da sua área.
 
Licá ainda introduziu a bola dentro da baliza de Lukse, mas o árbitro francês Antony Gautier assinalou fora de jogo. Para além do golo anulado a Licá, apenas um cabeceamento de Henrique Dourado ao lado da baliza de Lukse teve força suficiente para criar perigo.
 
O evoluir do cronómetro intranquilizou a equipa da casa e fez acreditar os austríacos. Depois de alguns avisos tímidos, mas que ficaram na retina, o Altach gelou o D. Afonso Henriques ao chegar ao golo na sequência de um pontapé de canto. O capitão Netzer ganhou nas alturas e bateu Douglas.
 
Vida difícil para o V. Guimarães, que ficou ainda mais complicada no início do segundo tempo. Dois contra ataques do Altach elevaram a marcha do marcador para números impensáveis, com a equipa orientada por Damir Canadi a chegar aos três golos de vantagem em Guimarães. Os contra golpes nem precisaram de ser muito aprimorados, no primeiro Pedro Correia introduziu a bola na própria baliza, à segunda foi Prokopic a fazer o golo quase por acidente.
 
Numa tentativa de reação, que de pouco servia uma vez que quando faltava meia hora para o final do encontro o V. Guimarães precisava de cinco golos (?!?) para dar a volta ao encontro, Tomané ainda reduziu a desvantagem, mas não havia capacidade para mais.
 
Com mais coração do que cabeça, alguns como Tozé, Otávio e Ricardo Valente ainda tentaram remar contra a maré, mas sem sucesso. Haveria de ser o Altach a aproveitar um novo contra ataque para, já nos descontos, dar a estocada final no V. Guimarães, fazendo o quarto golo por intermédio de Lienhart.
 
Ficaram evidentes as lacunas deste V. Guimarães, que precisa ainda de se encontrar como equipa. O setor defensivo é claramente aquele que requer mais cuidados.

A festa fez-se em tons de amarelo em Guimarães, Armando Evangelista foi apupado e viu lenços brancos no final do encontro, enquanto que os jogadores do Altach foram aplaudidos pelos adeptos vimaranenses.
 
Curta e sem glória a aventura europeia do V. Guimarães; no somatório das duas mãos perdeu por seis bolas a duas com o estreante Altach, que há dois anos andava na segunda divisão austríaca.