Cinco dias depois, o jornal «The Times» escreve que fez uma manchete com base numa informação falsa. E que a «Dream Football League», uma liga financiada com os milhões do Qatar que pretendia rivalizar com a Liga dos Campeões, se tornou num «pesadelo jornalístico».

A informação foi divulgada pelo «Times» a 13 de março, como um exclusivo: a família real do Qatar estaria dispota a financiar um campeonato reservado aos clubes de topo europeu, de dois em dois anos, com muito dinheiro envolvido. Foi citada por todo o lado e chegou a França. E aí começa o problema. Horas depois de sair o Times, o site francês «Cahiers du Football» denuncia que publicou aquela mesma informação um dia antes, com os mesmos pormenores, só que era puramente inventada, uma paródia satírica.

Oliver Kay, o autor do artigo do Times e um jornalista senior e com reputação, manteve a sua história e disse que confiava nas suas fontes. Entretanto, o Times foi tentando perceber todos os contornos da história, e hoje assume que errou. «Quando erramos, levantamos as mãos. É o que está certo», diz o título do editorial de Tony Evans, editor de futebol do jornal.

Explica então o Times que o jornalista e o jornal foram enganados por uma fonte que consideravam credível. «O Oliver Kay desenvolveu uma relaão com um contacto que parecia relacionado com os donos qataris do PSG. Ao longo de meses, este contacto forneceu informação que veio a confirmar-se . Kay não a usou porque não podia reforçá-la com outras fontes. No entanto, de cada vez que uma dica se confirmava, o elemento de confiança aumentava», explica Evans, acrescentando que, desta vez, perante a informação Kay contactou «alguns dos maiores clubes da Europa» e que, «como tanta gente relevante não se riu da ideia, parecia que podia ser genuína». Foi ao confiar em «fontes secundárias», conclui, que o Times «cometeu um enorme erro».

Oliver Kay também veio pedir desculpas, através do Facebook, explicando que se defendeu «de forma sincera» quando o site francês o acusou de plágio e que ainda não compreende «por inteiro como aconteceu e porquê».