Estádio José Arcanjo, minuto 42. O Benfica estava em desvantagem no marcador, apesar de jogar com mais um frente ao Olhanense. Os primeiros minutos já tinham deixado indícios de que esta não ia ser uma noite tranquila para os homens de Jorge Jesus. Duas desatenções defensivas em livres tinham resultado em outros tantos golos. O empate conseguido por Saviola tinha durado apenas cinco minutos, e o clima tenso no relvado, e fora dele, aconselhava cabeça fria e lucidez.
Tudo o que faltou a Di María no momento em que voltou a encarar Carlos Fernandes, para mais um episódio de um duelo de dentes cerrados. O argentino, que estava a ter mais uma exibição desinspirada, perdeu posição para o lateral e não conteve um gesto de frustração, derrubando-o pelas costas, mesmo junto ao banco do Olhanense e ao quarto árbitro, que passou a indicação a Soares Dias.
O cartão vermelho deixava as duas equipas com dez, dificultando a recuperação encarnada. Implicava também a ausência forçada do extremo no próximo clássico da Luz, iniciando um pesadelo renovado pela lesão de Ramires e o amarelo a Fábio Coentrão. Só o golo de Nuno Gomes, ao cair do pano, serviu para atenuar os estragos de uma noite, que teve o momento mais determinante na cabeça perdida de Di María.