A FIGURA: Islam Slimani
A presença de Fredy Montero na área, a partir dos 56 minutos, serviu de fator de desorientação para os caçadores penafidelenses. Slimani apercebeu-se da distração pontual e em dois minutos fez dois golos tremendos. No primeiro surge de trás para frente e cabeceia com fúria, levando Pedro Ribeiro à frente; no segundo faz um remate poderoso e a bola ainda bate na barra antes de entrar. É um ponta-de-lança fantástico, perigosíssimo. Assim que se apercebe da fraqueza alheia, Slimani espalha o terror.

O MOMENTO: Fredy Montero, enfim
Quase dez meses e 27 jogos depois, o golo. Os números são avassaladores e permitem perceber toda a alegria do colombiano ao fazer o 0-3 em Penafiel. As viagens ao Norte fazem bem a Montero. O último golo, a 8 de dezembro de 2013, acontecera em Barcelos.

NEGATIVO: meio-campo do Sporting
Se, pelos flancos, Nani e principalmente Carrillo ganhavam todos os duelos, nas zonas interiores do relvado a conversa era outra. Rafa, Ferreira e André Fontes bloquearam por completo o trio homólogo, com repercussões graves para o futebol leonino. William esteve sempre lento, previsível e frágil no contato físico; André Martins desperdiçou completamente o regresso à titularidade (um grande passe para Nani e pouco mais); João Mário só quando recuou no terreno (56 minutos) foi capaz de ter bola e pensar o jogo. Marco Silva foi a tempo de corrigir o que todos viam.

A CRÓNICA DO JOGO: novo fato à medida do leão


O PENAFIEL-SPORTING AO MINUTO


OUTROS DESTAQUES

Pedro Ribeiro
Prova viva de que um defesa central não tem de ser grande para ser bom. O antigo atleta do FC Porto vive aos 31 anos um belo momento. Limpou tudo o que lhe surgiu, não teve hesitações e ainda dobrou com categoria os três colegas do setor defensivo. Deixou a marcação a Slimani para Bura, mas com a entrada de Montero repartiu com Ferreira o acompanhamento ao colombiano. Irrepreensível e equilibrado até ser batido por Slimani no primeiro golo do Sporting. No segundo, curiosamente, é ele que faz a perseguição ao argelino, antes deste fazer o 0-2. Dois lances a provocar a redução da nota ao penafidelense.

Carrillo
Um, dois, três, quatro, uma mão cheia de cruzamentos carregados de veneno na direita do ataque. O peruano beneficiou do pouco andamento de Nélson Lenho – esforçado mas sem pernas – e fez o que quis pelo seu flanco, mormente no primeiro tempo. Nani, duas vezes, e Slimani desperdiçaram assistências preciosas. Foi precisamente pelo lado de Carrillo que o Sporting encontrou o maior filão deste jogo, tais as debilidades do Penafiel nesse setor.

Nani
Terceiro golo de leão ao peito no regresso a Alvalade, este a embelezar uma exibição francamente conseguida desde os primeiros momentos. Fez a cabeça de Dani em água, ameaçou marcar de cabeça e acabou a finalizar cheio de classe um passe de Fredy Montero. O Sporting e a Seleção Nacional precisam de um Nani assim.

Jefferson
Jonathan Silva voltou ao banco e Jefferson aproveitou para deixar a marca cravada no jogo: o cruzamento para o golo de Slimani é soberbo. Antes disso sentira alguns problemas para parar a velocidade de Aldair, sem ter passado, porém, por verdadeiros sustos.

Naby Sarr vs. Paulo Oliveira
Os dois centrais não podiam ser mais diferentes. O francês é fisicamente imponente, revela utilidade em determinados momentos do jogo, mas fica claramente atrás do colega de posição naquilo que mais importa: concentração, maturidade, qualidade. É verdade que a pré-época de Paulo Oliveira não impressionou, longe disso, mas o ex-Vitória Guimarães vinha de um ano fantástico e nem isso foi suficiente para ficar à frente do imaturo Sarr na hierarquia de Marco Silva. Este jogo trouxe dados interessantes a esta luta particular. Sarr voltou a errar como se fosse um juvenil (Guedes isolou-se após um lapso inacreditável), Paulo Oliveira revelou estabilidade do princípio ao fim. Tem a palavra o treinador.

Adrien Silva
Repôs a ordem e o progresso no meio-campo leonino. 34 minutos determinantes na construção de uma vitória categórica.

Guedes
Completamente isolado, após erro gigante de Sarr, atirou de forma precipitada ao lado. Um bom ponta-de-lança não pode falhar lances destes.