Nacional e Desportivo das Aves empataram sem golos este sábado num jogo em que disputaram 45 minutos reduzidas a dez elementos. O nulo acaba por ajustar-se, tendo em conta a falta de pontaria que os dois conjuntos evidenciaram ao longo da partida, e sobretudo na etapa complementar, apesar do maior número de lances para golo que criado e da intensidade que colocaram em campo.

Ficaram a faltar seis jogos até ao final da I Liga. O ponto averbado pelos avenses coloca-os mais perto da manutenção, mas pouco ou nada altera em relação à condição do Nacional, que pode fechar a 28.ª jornada em zona de despromoção, em caso de vitória do Tondela.

Para esta ‘final’ entre aflitos, Costinha operou três alterações relativamente ao onze do Nacional que perdeu com o Marítimo na última jornada. Jota, por castigo, Rashidov e Riascos, por opção, saíram da equipa para as entradas de Arabidze, Witi e Rochez. Do lado da turma de Augusto Inácio, apenas uma mexida, com Fariña a assumir o lugar do castigado Derley na frente do ataque avense.

Adivinhava-se um Desp. Aves muito defensivo e as expetativas confirmaram-se logo após o apito inicial. Defendendo em 5x4x1, a formação avense cedo deu mostras que ia apostar no contragolpe, deixando ao Nacional a obrigação de acelerar o jogo para chegar com perigo à baliza de Beunardeau. Algo lenta e previsível, a equipa do Nacional procurou os flancos para criar lances de perigo, mas o melhor que conseguiu no primeiro quarto de hora foi conquistar alguns cantos, sem incomodar o guardião avense.

Nacional-Desp. Aves, 0-0: ficha e filme do jogo  

Contudo, a primeira grande ocasião do jogo acabou por pertencer ao Desp. Aves, quando Luquinhas, aos 10’, apareceu quase sem oposição na área para rematar um pouco ao lado do poste esquerdo da baliza de Daniel Guimarães, na sequência de um canto. O lance mexeu com o jogo dos insulares e aos 18’, Rochez esteve muito perto de marcar a cruzamento de Kalindi, mas o desvio ‘à escorpião’, já perto da pequena área, levou a bola a sair muito por cima.

Aos 30’, o mesmo Rochez tentou fazer um ‘chapéu’ de cabeça, após cruzamento de Arabidze desde a direita, mas o ‘arco’ saiu longo e sobrevoou a baliza de Beunardeau. A equipa de Costinha procurava jogar e decidir mais rápido, mas também abriu alguns espaços para as transições rápidas dos avenses, sempre bem compostos atrás da linha da bola.  

O contragolpe avense, misturado com alguns erros de posicionamento, e no passe, por parte dos madeirense, acabou por fazer moça na defesa da casa. No espaço de cinco minutos, Rosic viu dois cartão amarelos e acabou expulso com o consequente. Pelo meio, o Desp. Aves esteve perto de marcar, através de um livre direto que, Rodrigo Soares, em zona frontal, cobrou para levar a bola a sair muito perto do poste esquerdo da baliza madeirense. Depois foi a vez de Daniel Guimarães, aos 40’, evitar o golo dos visitantes com uma grande defesa de Daniel, a remate de Falcão.

Nacional-Desp. Aves, 0-0: destaques do jogo

Costinha foi obrigado a mexer na equipa e fez entrar Júlio César, abdicando de um homem do ataque, Arabidze, para colmatar a lacuna que passou a apresentar no eixo da defesa. Mas a superioridade numérica dos avenses, que começava a impor-se em campo, acabou por durar pouco tempo. Mesmo em cima dos 45’, Vitor Costa viu o segundo cartão amarelo, uma vez que o árbitro Jorge Sousa entendeu que o jogador, após driblar Kalindi, atingiu-o propositadamente na cara com a mão.

O empate sem golos aceitava-se ao intervalo, tendo em conta a produção ofensiva de ambas as equipas. Mas com ambas a jogarem com menos um elemento, a grande questão que se colocava para a etapa complementar era saber quem é que ia aproveitar melhor a situação.

A resposta não durou muito tempo a ser respondida após o reatamento. Com mais espaço para jogar, o Nacional passou a aproximar-se com mais perigo da baliza de Beunardeu. Mas vontade nacionalista, que foi marcada mais pelo coração do que a cabeça, durou apenas uns 20 minutos. O Desp. Aves foi defendendo como pôde, e o desacerto dos homens de Costinha em zona de finalização, ajudaram a manter o nulo.

O ritmo de jogo na segunda parte esteve muito intenso, e o Desp. Aves também dispôs de ocasiões de perigo, mas ambas as equipas acabaram por não saber aproveitar os desequilíbrios que foram criando para chegar a uma vitória importante para os dois lados na luta pela manutenção. Mas neste capítulo, a equipa de Augusto Inácio ainda saiu de campo meio sorriso no rosto.