Rui Pedro saiu do banco de suplentes para carimbar três preciosos pontos para a Académica em Moreira de Cónegos. A Briosa bateu os Cónegos (0-2), num embate em que as emoções ficaram guardadas para o final. Apenas a seis minutos dos noventa o conjunto de Coimbra ousou abanar com as redes.
 
José Viterbo já soma sete pontos, fruto de dois triunfos e um empate, desde que está no comando técnico dos estudantes. Ainda não sabe o que é perder e já tirou a Académica dos lugares de despromoção, guiando a equipa para uma posição mais tranquila. Foi o terceiro triunfo da Briosa, que só sabe ganhar fora de portas.
 
Ainda a bola não rolava e já Miguel Leal era obrigado a fazer alterações na sua equipa. Diogo Cunha ficou-se pelo aquecimento, provocado a segunda alteração no meio campo dos Cónegos. A outra prendeu-se com o regresso de André Simões ao setor intermediário, depois de cumprir castigo em virtude da expulsão polémica diante do Benfica.
 
Já a Académica apresentou-se em Moreira de Cónegos igualmente com duas alterações no seu conjunto. Makonda estreou-se a titular com a camisola da Briosa, jogando no lugar de Hugo Seco, enquanto que Ricardo Nascimento fez dupla de centrais com João Real, face ao castigo de Iago.
 
Primeiro tempo amorfo
 
Tal como o técnico do Moreirense tinha perspetivado, pertenceu à equipa da casa o assumir das despesas do jogo. Mais sossegado na tabela classificativa, o Moreirense jogou com maior tranquilidade, a toda a extensão do campo e tentando visar a baliza de Cristiano.
 
No fio da navalha, a Académica limitou-se a ser uma equipa organizada e compacta no meio campo, tendo como principal objetivo bloquear o jogo do Moreirense. Numa segunda fase, a intenção academista passaria por armar ataques rápidos, mas o conjunto agora orientado por José Viterbo foi praticamente inexistente ofensivamente.
 
Assim sendo, o sinal mais de um primeiro tempo frouxo pertenceu ao Moreirense, que ousou atacar e esboçou vários remates à baliza de Cristiano. Sem grande perigo, é certo, mas ainda assim com um claro ascendente para a equipa da casa.
 
Falhanços prometem nulo no marcador
 
Depois do período de descanso a atitude da Briosa foi outra, conseguindo esticar o seu jogo até à área contrária. Logo no primeiro minuto ousaram conquistar um pontapé de canto, algo que não foi conseguido na primeira parte.
 
Marcos Paulo obrigou Marafona a fazer uma defesa de recurso e Marinho falhou à boca da baliza a emenda, que parecia fácil, depois de um cruzamento remate de Makonda. Cresceu a Académica, ressentiu-se o Moreirense, que passou a jogar com mais cautelas.
 
Depois de Miguel Leal, foi a vez de José Viterbo ter dores de cabeça. O treinador da Académica teve que fazer duas substituições forçadas no seu conjunto em virtudes das lesões de Makonda e de Marinho. Mesmo jogando de forma mais contida, o Moreirense ainda teve nos pés uma ocasião flagrante para fazer abanar as redes. Alex Santos emendou para as nuvens um cruzamento de Gerso quando estava em posição privilegiada.
 
Depois das perdidas o espetáculo de Rui Pedro
 
Quando o empate parecia ser o resultado que se iria registar, a reação da Académica deu em golo a seis minutos dos noventa. Rui Pedro converteu uma grande penalidade conquistada por Hugo Seco e começou a desenhar o triunfo da Briosa.
 
Contudo, o jogador que saltou do banco ainda não estava satisfeito e guardou para o último fôlego do encontro o momento de mais belo futebol. De fora da área, de primeira, atirou ao ângulo da baliza do Moreirense. Grande golo, ao qual se seguiu o apito final.
 
Estão carimbados três pontos para a turma de Coimbra, que somou o terceiro triunfo da época, igualmente o terceiro fora de portas. Três pontos preciosos na fuga aos últimos lugares, da equipa que parece só saber ganhar fora de portas.
 
O Moreirense podia atingir os trinta pontos, meta proposta para garantir a manutenção, mas os pupilos de Miguel Leal não tiveram arte nem engenho para bater Cristiano.