O encanto do futebol está na beleza do jogo mas também na dúvida que um resultado pode estar até ao último apito do árbitro, mesmo que uma das equipas tudo tenha feito para vencer, tenha estado sempre por cima do jogo e desperdiçado oportunidades mais que suficientes para ter tido outra sorte. Foi o que aconteceu em Portimão, com um lance no terceiro dos quatro minutos de tempo de compensação a colocar o Desp. Chaves em posição privilegiada para vencer o jogo, depois de se ter assistido a um autêntico massacre por parte do Portimonense à baliza de António Filipe. A regalia flaviense adveio de uma grande penalidade assinalada por Fábio Veríssimo, num lance entre Lucas Possignolo e Platiny, que Pedro Tiba não desperdiçou.

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Apesar de não ser tão eletrizante como nos jogos anteriores, o Portimonense foi sempre superior. Foram dos algarvios as únicas oportunidades claras de golo, exceção à grande penalidade que deu a vitória aos flavienses nos descontos. Luís Castro sabia que os algarvios não podiam ter espaço no último terço e tentou encurtá-lo roubando liberdade a Paulinho, Nakajima e Fabrício, os homens que costumam desequilibrar. Mesmo assim, o talento destes jogadores é nato e conseguiu soltar-se, criando problemas a António Filipe, principalmente na segunda parte, quando os algarvios carregaram. Até ao intervalo o Chaves ainda conseguiu colocar o Portimonense um bocado distante da sua baliza, mas Fabrício, aos 13 e 45, e Lumor, aos 12, ainda ameaçaram.

Aos 52 uma perda de bola de Jefferson deixou o capitão dos algarvios isolado, que permitiu a António Filipe a primeira intervenção de ouro, negando o golo, indiciando o que ainda estava para vir: o golo de Tiba que valeu a vitória teve muito de António Filipe. O guarda-redes voltou a ser decisivo aos 65 num remate de Paulinho que desviou por cima da barra e aos 74, quando Nakajima colocou colocado ao poste mais distante num remate cruzado, remate evitado com uma palmada.

Os minutos passavam e o Portimonense desesperava e Vítor Oliveira foi jogando mão às opções ofensivas que tinha no banco: primeiro entrou Ewerton - que esteve a centímetros do golo aos 81 - e depois Wellington e Pires, com a dupla a estar próximo de festejar aos 88, valendo os cortes determinantes de Domingos Duarte e Rúben Ferreira. Foi a fase de grande aperto algarvio e cada cruzamento para a área flaviense eram momentos aflitivos.

E quando tudo previa que o empate a zero seria o resultado final, o génio de Matheus Pereira descobriu Davidson na área, que deu para Platiny, que se preparava para rematar, surgindo Lucas Possignolo cortou a cortar para canto, com Fábio Veríssimo a entender que o central brasileiro também derrubou o avançado. Pedro Tiba não vacilou na grande penalidade e o Desp. Chaves acabou por vencer o jogo sem nada o ter feito para isso. Mas o futebol é assim mesmo e lá diz o velho ditado, «quem não marca, sofre».