Noventa por cento do campeonato do Moreirense está feito, segundo as contas do técnico Miguel Leal. A equipa axadrezada venceu por uma bola a zero na receção ao Arouca com um golo de Vítor Gomes. Os lugares de despromoção estão distantes, situação contrária ao adversário desta tarde. O Arouca não fez qualquer remate à baliza. Demasiada timidez para conquistar pontos ao conjunto moreirense.

Tarde fria em Moreira de Cónegos, a exigir muito esforço físico a Moreirense e Arouca. O apito inicial do árbitro Jorge Sousa trouxe consigo a chuva que até então se fazia sentir, tornando o relvado e a própria bola muito escorregadios.

Elucidativo disso mesmo, logo nos instantes iniciais Paulinho na tentativa de fazer um alívio fez uma autêntica «rosca» com a bola e quase deixava Roberto isolado na cara de Marafona. Fruto disso mesmo, o Moreirense começou por tentar visar a baliza de Goicoechea de bola parada, através de pontapés de canto cobrados muito próximos da baliza. 

Sem poder contar com Filipe Melo, Miguel Leal voltou a apostar na adaptação de André Simões como médio mais recuado, acrescentando Battaglia ao meio campo. Pedro Manuel estreou os reforços provenientes do Sporting. Fokobo jogou de início, enquanto que Iuri Medeiros ficou-se pelo banco de suplentes, tendo entrado no decorrer do segundo tempo.

Aceleração na esquerda agita jogo morno

Com muitas cautelas, Moreirense e Arouca não arriscavam e tentavam jogar no erro do adversário. O encaixe transformou o jogo numa monotonia difícil de agitar. Na antevisão ao encontro Miguel Leal tinha dito que o empate até nem seria um mau resultado. O Arouca também não se arrependeria de ter saído de Moreira de Cónegos com um ponto.

Posto este cenário, facilmente se percebe que imperou a organização tática e uma preocupação maior em manter a bola longa da sua baliza, do que propriamente apostar em lances ofensivos.

Mais preso de movimentos, o Arouca acabou por ficar à mercê do maior ímpeto atacante do Moreirense. Numa fase em que o encontro até estava a atravessar um previsível marasmo, o Moreirense colocou-se em vantagem na sequência de uma aceleração do lado esquerdo do seu ataque.

Vítor Gomes foi o autor do golo que começa num entendimento perfeito entre Arsénio e André Marques. O lateral canhoto serviu Vítor Gomes, que beneficiou das facilidades cedidas pelo último reduto do Arouca para inaugurar o marcador; um golo que se revelou suficiente para conquistar os três pontos.

Arouca sem capacidade de resposta

Mesmo com a mexida no marcador, o figurino do encontro não se alterou muito. O Arouca mostrou pouca capacidade de resposta e não conseguiu correr atrás da desvantagem no marcador.

Não importunou Marafona; pelo contrário, foi Goicoechea a ter de se aplicar para parar com estrondo um remate de Battaglia no início do segundo tempo. Na ânsia de dar um pouco mais de alento ao ataque, Pedro Emanuel fez a terceira estreia da tarde, fazendo Vuletich jogar pela primeira vez na Liga, mas o avançado argentino não conseguiu remar contra a maré.

Com as substituições, o jogo que já de si estava morno quebrou ainda mais o ritmo, terminando com um triunfo que acaba por ser natural para o Moreirense. A equipa vimaranense regressou às vitórias depois de três jogos sem tomar o gosto ao triunfo.Os lugares de despromoção estão demasiado distantes, a equipa minhota já nem se preocupa com essas contas. O conjunto de Miguel Leal subiu mais uns degraus na tabela e espreita os lugares europeus. 

O Arouca procurava fugir aos últimos lugares, mas nada fez para conquistar qualquer ponto. Não fez qualquer remate enquadrado com a baliza do espectador Marafona, nem um pontapé de canto foi capaz de conquistar. Números que espelham a justiça do triunfo do Moreirense.