Figura: Monsieur Mathieu

Exibição de classe e elegância. É, de longe, o defesa mais fiável do Sporting e esta tarde voltou a mostrá-lo. Tempo de entrada bastante oportuno, concentração perto dos limites e a calma que se lhe reconhece. Foi assim que o francês anulou a grande maioria dos lances, «secando» quase por completo Soares e Marega. O ex-Barcelona ainda negou o 2-1 a Herrera com um corte de cabeça em cima da linha, mas nada pôde fazer no lance que originou os golos adversários. Não merecia a derrota.


Momento: Bruno Gaspar convida à expulsão… de Borja, minuto 17’

O canto de Acuña saiu demasiado largo e a bola chegou a Bruno Fernandes no lado oposto. O internacional português atrasou para Bruno Gaspar que, pressionado, procurou colocar a bola em Renan. Contudo, o passe saiu curtíssimo e Corona interceptou. O mexicano seguia para a baliza quando foi agarrado por Borja. Veríssimo poupou a expulsão ao colombiano num primeiro momento, mas após rever o lance no VAR, mostrou-lhe o cartão vermelho direto. O leão ficou à mercê do fogo do Dragão e acabou por sucumbir nos instantes finais.

Outros destaques:

Bruno Gaspar: não errou sistematicamente, mas comprometeu bastante a abordagem do Sporting ao jogo. O lateral-direito brindou Corona com um passe mal medida que obrigou Borja a recorrer à falta. O colombiano foi, inclusive, expulso após Veríssimo consultar o VAR. Não mais comprometeu a defender, mas a sua exibição ficou manchada desde o início.

Bruno Fernandes: craque! O capitão leonino jogou como o predestinado que é. Somou pormenores de excelência, que foge aos olhares mais insensíveis à inteligência. Bruno soube sempre quando pausar o jogo e esperar o apoio dos restantes colegas, soube quando soltar ou forçar o drible – notável a finta que deixou para trás Otávio e Herrera (35’). O internacional português foi, no fundo, o jogador que melhor entendeu o que o encontro pediu. Pelo meio e é preciso escrever, Bruno Fernandes pecou por perder-se um bom número de vezes em protestos e discussões com o árbitro e com elementos do FC Porto.

Renan: pese embora a inferioridade da sua equipa durante 73 minutos, o brasileiro viveu um jogo tranquilo durante boa parte do tempo. Quando teve de se aplicar, Renan mostrou-se à altura. Para além do voo a travar um disparo em arco de Alex Telles (42’), o ex-Estoril fez uma defesa assombrosa com o pé esquerdo a remate de Aboubakar (87'). Revelou-se seguríssimo nas saídas entre os postes e uma frieza inquietante com a bola nos pés. Em suma, esteve em bom plano mesmo tendo sofrido dois golos.

Luiz Phellype: onde andou durante uma hora? Perdido entre Pepe e Felipe ou Felipe e Militão. Pouco interessa, visto que quando foi necessário, Luiz Phellype fez o que lhe competia, ou seja, marcou. Oitavo golo em 17 jogos pelo Sporting: ainda se lembram de Bas Dost?