Sem margem para erro, numa altura em que estava a cinco pontos do líder, e sendo o primeiro dos três mais fortes candidatos ao título a entrar em campo, o Sporting acabou por vencer, num jogo que esteve quase sempre controlado e se descontrolou nos minutos finais.

Se é certo que o Bessa é terreno difícil para os leões, também é certo que as panteras se apresentaram demasiado feridas, a denotar as ausências forçadas neste encontro. O elefante na sala, a mais notada das baixas: Idris. Quer pela solidez defensiva que traz habitualmente, quer pelo trabalho na transição ofensiva. O resultado foi um Boavista com um meio campo permeável e com pouca pujança ofensiva em quase todos os momentos do jogo. Schembri, sem hipótese no jogo aéreo entre os centrais durante quase todo o jogo, só quase no final começou a conseguir segurar a bola.

Nos primeiros minutos, Talocha ainda foi conseguindo cortar os caminhos a Gelson, mas foi sol de pouca dura. O jovem avançado dos leões começou a arranjar espaços e depois foi vê-lo, com a bola colada aos pés, começar a entrar na área, servindo os companheiros. Foi assim que Bas Dost apareceu para cabecear, aos 25 minutos, batendo Agayev.

Durante toda a primeira parte, o Sporting mandou no jogo. William e sobretudo Adrien controlaram na zona de construção de jogo. Gelson, Campbell, Bruno César  e Bas Dost mexiam o jogo na frente.

E, só nos minutos finais da primeira parte o Boavista começou a chegar com perigo à área adversária.Fábio Espinho quase surpreendia Patrício com uma bola que bateu no poste e depois ainda sobrou para Carlos Santos, que rematou por cima.

A segunda parte trouxe um jogo com um ritmo mais pausado, mas a mesma tendência: o Sporting atacava, o Boavista não conseguia sair muitas vezes do seu meio campo.

Mas, apesar de criarem perigo, os leões não estavam a marcar e a vantagem ameaçaria tornar-se curta nos minutos finais.

Até lá, Campbell rematou para uma grande defesa de Agayev, Bruno César atirou à trave, e Bas Dost esteve a milímetros de controlar isolado frente ao guarda-redes axadrezados. Mas o quase não conta e o marcador continuou a apontar 1-0.

O Boavista começou então a soltar-se mais, a sacudir a pressão que o empurrava para trás e a chegar junto à baliza de Patrício. Aos 84 minutos, um cruzamento que Renato Santos para a área só não chegou a Schembri junto à baliza, porque Coates cortou para canto.

Logo a seguir, o árbitro mostrou o segundo amarelo a Rúben Semedo por uma falta num lance com Schmebri e, se o Sporting já não estava com o total domínio do jogo nessa altura, passou a estar numa situação ainda pior.

Os últimos minutos dos leões foram passados a tentar que o tempo passasse, o que fez valer alguns amarelos por demora na marcação de lançamentos. O relógio acabou por ser amigo e o jogo terminou sem que o Boavista conseguisse fazer o tão ansiado golo.

Os leões levam assim os três pontos num jogo que passou do controlo ao descontrolo em poucos minutos. O Boavista sofre a primeira derrota para o campeonato sob o comando de Miguel Leal.