André Silva reforçou o estatuto de maior goleador da pré-época do FC Porto e apontou os dois golos com que os azuis e brancos venceram o V. Guimarães no D. Afonso Henriques, arrecadando assim o Troféu Cidade de Guimarães (0-2).

O jovem avançado do FC Porto, que voltou a contar com Danilo, mostrou-se uma vez mais a Nuno Espírito Santo bisando no penúltimo encontro de pré-temporada, chegando assim aos sete golos em sete jogos de preparação. Um dragão competente mas longe de ser exuberante impôs-se de forma tranquila perante um V. Guimarães em que Douglas disfarçou as dificuldades na construção de jogo.

A quinze dias do arranque do campeonato, V. Guimarães e FC Porto fizeram uma das últimas afinações da pré-temporada, com Danilo a ser a nota de maior destaque. Ainda com o título de Campeão Europeu fresco, o médio regressou ao trabalho esta semana e foi lançado por Nuno Espírito Santo no meio campo azul e branco na primeira parte.

Com três reforços no onze (Alex Telles, Felipe e Otávio), os azuis e brancos demonstraram mais argumentos e, sobretudo, mais entrosamento perante um conjunto minhoto com várias baixas por lesão e que aguarda ainda por reforços para posições nevrálgicas.

Face a este figurino, os dragões abriram o ativo logo aos oito minutos. Corona desequilibrou na esquerda perante o adaptado Francis e com um cruzamento traiçoeiro obrigou Rafael Miranda a desviar para a sua própria baliza. Douglas ainda teve capacidade para suster o desvio do colega, mas nada pôde fazer face à recarga oportuna de André Silva.

Confirma o estatuto de goleador da pré-temporada o jovem, reforçando o registo com o segundo golo da sua conta pessoal passados dois minutos da meia hora de jogo. Otávio fez um passe picado a sobrevoar a defesa, André Silva agradeceu e foi à cara de Douglas desnivelar o marcador.

Mais Porto, sem que o Vitória, também com três reforços no onze (Rúben Ferreira, Rafael Miranda e Soares), conseguisse responder de forma vincada. Os lançamentos longos para Soares, a cara nova que mais deu nas vistas do lado minhoto, foram o tipo de jogo preferencial do conjunto de Pedro Martins, que teve num livre direto de Tozé o lance de maior perigo no primeiro tempo.

Muitas dificuldades por parte do V. Guimarães para construir, iam sendo aproveitadas por um dragão que não precisou de cuspir muito fogo para por em brasa o setor mais recuado da equipa da casa, subindo ainda mais a temperatura com o árbitro Maicon Machado a permitir que o jogo fosse disputado com uma virilidade pouco comum nesta fase da época.

Na segunda metade o jogo caiu de intensidade, por força das alterações feitas em ambas as equipas, mas também devido às circunstâncias do próprio encontro. A vencer de formas tranquila, o FC Porto deixou de assumir de forma tão vincada as rédeas do jogo, expondo ainda mais o vazio de ideias por parte do emblema minhoto.

Num cruzamento que acabou por sair muito chegado à baliza Francis pregou o maior susto da noite a José Sá, fazendo o esférico cair em cima do travessão. Sem grande sequência, a espaços o FC Porto construiu mais uma série de lances de maior perigo, fazendo Douglas dar nas vistas. Fica na memória um voo já perto do final a suster um cabeceamento de Adrián López.

Triunfo justo e natural de um FC Porto, que nesta fase está mais maturado do que o V. Guimarães ainda em construção. Mesmo num jogo em que foram utilizados 38 jogadores, a diferença entre os dois emblemas ficou patente com os dois remates certeiros de André Silva.