Ali Alipour deu expressão a uma exibição segura do Marítimo, muito mais experiente nestas andanças do que um Arouca com boas ideias, que mostrou, a espaços, bom futebol, mas a quem faltou clarividência e alguma matreirice para ser um verdadeiro incómodo aos madeirenses.

Foi o nome que mais aplausos arrancou dos adeptos da casa enquanto o speaker anunciava o onze inicial do Arouca: Alan Ruiz, a surpresa guardada por Armando Evangelista para duelo que fechou a 22.ª jornada, enfim em estreia. A expetativa em torno do argentino escalou.

Os primeiros instantes do jogo ainda fizeram prolongar esse entusiasmo na plateia arouquense, com Arsénio e Bukia a darem corda aos corredores, mas seriam os poucos adeptos do Marítimo presentes no estádio a festejar primeiro. Marcou Ali Alipour, a passe de Winck, após um ataque simples e eficaz dos madeirenses (7m).

O golo intranquilizou e de que maneira o Arouca, que foi acumulando equívocos e precipitações, sem consequências no resultado porque Ali Alipour não foi capaz de manter os níveis de eficácia. Ainda assim, o 2-0 não demorou a chegar. Um penálti descoberto pelo VAR, daqueles que só um ângulo bem aproximado é capaz de descortinar, permitiu a Joel Tagueu fazer o segundo, mas só após uma recarga, já que Victor Braga parou o primeiro remate do camaronês (27m).

Nunca deu ar de “bailinho”, mas o à-vontade que os madeirenses demonstravam em campo dava azo a momentos de maior finésse técnica, com Guitane em plano de evidência, perante um Arouca que tentava reentrar no jogo.

Em cima do intervalo, André Silva obrigou Paulo Victor a uma defesa apertada. Apesar do sinal de vida dado pela equipa, Armando Evangelista já tinha decidido operar uma mini revolução ao intervalo. O ataque arouquense ganhou nova vida com Antony e o farol Bruno Marques, que quase reduziu aos 56 minutos, num cabeceamento parado de forma vistosa por Paulo Victor.

Por esta altura, o Marítimo já jogava em inferioridade numérica, por expulsão de Henrique. Vasco Seabra apressou-se a recompor o flanco esquerdo, com a entrada de Vidigal, mas os madeirenses não evitaram alguns calafrios. Kouassi, após arrancada de Quaresma, viu Vítor Costa negar-lhe o golo com um corte providencial e Bukia rematou ao poste.

Os insulares sobreviveram ao melhor momento do Arouca e lograram chegar ao terceiro golo, novamente por Ali Alipour, que bisou após cruzamento de Vidigal. Na compensação, Matheus Costa ainda surgiu isolado na cara de Victor Braga, mas o guarda-redes arouquense levou a melhor.